Em decorrência do incremento do turismo no Estado de SC, algumas praias, com faixas relativamente estreitas de areia, passaram a ser consideradas pequenas para acomodar tantos moradores, visitantes, banhistas e desportistas e o interesse econômico dos comerciantes (principalmente) - aos quais a presença maciça de turistas representa multiplicação dos negócios e dos lucros - motivou os administradores públicos a promoverem o alargamento da faixa de areia, valendo-se de material trazido do fundo do mar, nas imediações da costa.
Tal procedimento, que é feito com auxílio de grandes dragas, as quais sugam areia e material depositado sobre ela, não tem como evitar o carreamento de areia misturada com lodo naturalmente existente junto com a areia deslocada.
Isso me fez lembrar uma notícia trazida por CHARLES DARWIN ("Viagem de um naturalista ao redor do mundo"), ao descrever as consequências de um terremoto:
A água também parecia estar por toda parte em ebulição, “tornando-se negra e exalando um cheiro de enxofre extremamente desagradável”.
Estas últimas circunstâncias foram observadas durante o terremoto de 1822 na baía de Valparaíso; suponho que seja pelo revolvimento do lodo do fundo do mar, que contém matéria orgânica em decomposição.
Ora, a draga captura e desloca, no trabalho de engordamento, toda a areia, com os detritos acumulados durante milênios no fundo do mar, depositando tudo na praia que está sendo engordada.
E aí uma dúvida me assalta: qual será o efeito disso no meio ambiente, notadamente na saúde dos frequentadores da área alterada pela deposição de tal material?
Seria prudente que a administração pública fizesse um convênio com alguma universidade, no sentido de acompanhar a qualidade do solo nas áreas engordadas, bem como seu reflexo no entorno, inclusive no restante da vegetação de jundu, de olho também na saúde dos frequentadores.
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