Uma notícia do no diário argentino CLARIN, dá conta de uma "almeja" de tamanho inusitado, dita "gigante", mostrando o molusco na mão do homem que a extraiu da natureza.
O animal em destaque tem aproximadamente um palmo.
Pois bem: pode ser singular nos tempos atuais. Mas, no passado, aqui na Ilha de SC, ocorria de se encontrar ostra semelhante, provavelmente até maior , como revela a notícia que segue (ortografia da época):
- Outro he o Rio que chamão dos Patos, em toda a costa celebre. Está em altura dé vinte e oito grãos; he mui caudaloso; a que pagão tributo outros menores. Tem por fronteira á sua barra a ilha de Santa Catharina, que vai fazendo abrigo á terra a modo de buma fermosa enseada, de comprimento de oito até dez legoas; fertilissima, coberta de arvoredo, retalhada de correntes de agoa, povoada de feras sómente, e em tanta quantidade de veados, que parece coutada de algum grande Rei; e se não farão os tigres que os comem, serão infinitos.
Parece hum viveiro de peixe e marisco pera todo o tempo, e de toda a sorte. D'aqui dizem foi levado aquelle casco de ostra, no qual hum Capitão de S. Vicente mandou lavar os pés a hum Bispo em lugar de bacia, pera que desse credito á cousas d'esta ilha. E o que he mais, que d'estas ostras se tiram perolas fermosas, perfeitissimas.
Na bahia que faz entre si, e a terra firme, tem grandes surgidouros pera navios de qualquer porte. He o Rio dos Patos fertilissimo, e abundantissimas suas terras, e por isso requestadas dos Indios. Este fica sendo o termo do districto dos Carijós, que correm desde o rio Cananéa, onde tem principio, e trazem guerras intestinas com os Goaynás. Dos Carijós pudéra dizer muito, acerca de seus ritos, costumes e modos de viver; porém pretendo brevidade; e só digo agora, que he a mais docil, e accommodada nação de toda esta costa, e sobre tudo singular em não comer carne humana
- SIMÃO DE VASCONCELOS - Crônica da Companhia de Jesus do Estado do Brasil - vol. 1, p. LIV, item 63. (sic)
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