Ataque aos símbolos católicos foi realizado na Igreja Matriz de Sete Barras, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo
Escrito em Brasil5/10/2023 · 23:31
Imagem de Nossa Senhora do Carmo cravada por uma picareta. /Foto: Diocese de Registro
Em uma semana marcada por casos de intolerância religiosa que geraram forte repercussão, outro ato do tipo abalou a cidade de Sete Barras, situada no Vale do Ribeira, interior de São Paulo (SP). A Igreja Matriz do município, pertencente à arquidiocese católica da região, foi alvo de uma invasão na última segunda-feira (2) que deixou um rastro de destruição.
Os criminosos, em um ato de vandalismo, arrombaram janelas do templo religioso e profanaram imagens de santos. O grupo chegou a utilizar uma picareta, que, quando o pároco da igreja constatou o ocorrido, estava cravada em uma estátua de Nossa Senhora do Carmo. Uma imagem São João Batista também foi destruída. Além disso, os vândalos espalharam hóstias e roupas sacerdotais pelo chão.
É importante ressaltar que a imagem de Nossa Senhora do Carmo é considerada histórica, pois está na cidade há, pelo menos, 123 anos, enquanto a de São João Batista tem uma história de cerca de 80 anos na comunidade.
O padre Francisco Rodrigues Rocha Neto destacou a importância dessas figuras religiosas: "A Paróquia de Eldorado nos doou essa imagem [de Nossa Senhora do Carmo], veio pelo [rio] Ribeira de barco, foi recebida pela cidade com muita alegria. Tem todo esse simbolismo, não só religioso como cultural."
Repúdio
O pároco também expressou sua indignação com o ato de vandalismo. "Eles arrombaram a janela da sacristia, entraram, fizeram avaria na própria sacristia com as roupas sacerdotais, jogaram no chão, foram para a igreja, abriram o sacrário, espalharam a eucaristia pelo chão".
A Diocese de Registro repudiou o ocorrido, o classificando como um ato de intolerância religiosa, bem como a prefeitura de Sete Barras, que divulgou nota em que "lamenta profundamente os danos materiais, históricos e da fé religiosa, causados pela depredação".
Restauro
As imagens danificadas foram encaminhadas a um restaurador, que avalia a possibilidade de restaurá-las. Enquanto isso, as missas na igreja depredada foram temporariamente suspensas e estão sendo realizadas na paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila São João.
Polícia
O caso está sob investigação da Polícia Civil do Estado de São Paulo, que trabalha para identificar e localizar os responsáveis pelo ato. Até o momento, nenhum dos autores do crime foi identificado ou localizado.
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