Publicado por Jeniffer Andrade
- Atualizado em 25 de julho de 2022 às 8:58
Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro, Foto: Reprodução
Desde novembro, o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, gastou parte do dinheiro público que teve direito no ano passado com empresas dirigentes da legenda e seus familiares. Com base nas prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral mostra que a sigla desembolsou cerca de R$ 1 milhão em despesas como serviço de frete da sogra de um comandante de diretório, aluguel de um imóvel pertencente a um deputado e consultoria de um membro da agremiação. Além disso, os recursos foram utilizados para comprar um carro que sumiu do mapa e um curso virtual que está fora do ar.
Os recursos do fundo partidário são administrados pelo comando nacional de cada legenda, que fica com uma parte e distribui o restante entre os diretórios dos estados. De acordo com a legislação, esses recursos devem ser aplicados para despesas como aluguéis de suas sedes e salários de funcionários, mas também podem bancar gastos de campanhas eleitorais neste ano. No ano passado, o PL, chefiado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, recebeu R$ 53 milhões, mas declarou ter gastado menos da metade, R$ 19 milhões, deixando o valor restante no caixa da legenda.
Esses gastos constam nos relatórios do PL enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), embora as notas fiscais não tenham sido anexadas ao processo. O diretório do Piauí foi o que mais recebeu: R$ 1,6 milhão. Parte desse valor foi usada para contratar serviços prestados por empresas de integrantes da família do então presidente da sigla no estado, o deputado estadual Fábio Xavier: a legenda desembolsou R$ 43,5 mil por “materiais impressos”, para uma microempresa que pertence à mulher de Xavier.
O partido também pagou R$ 55 mil em aluguel imobiliário para a cunhada do dirigente do partido. E gastou mais R$ 72 mil em um serviço de fretes e carretos prestado pela empresa da sogra dele. Todas essas despesas ocorreram no período em que Xavier presidia o PL no estado. Hoje, porém, ele não está mais no partido. No início deste ano, após Bolsonaro ingressar no PL, Xavier deixou a legenda e se filiou ao PT. Desde então, o diretório da sigla no Piauí é presidido por Samantha Cavalca, apoiadora do presidente.
Ela relatou ao GLOBO não saber o paradeiro de um carro de R$ 179 mil comprado pelo partido durante a gestão de seu antecessor. Disse ainda que nem sequer sabe qual é a marca do automóvel e que só tem conhecimento do gasto porque ele está no extrato entregue ao TSE.
Xavier confirmou a compra do carro. De acordo com ele, o automóvel é utilizado pelo diretório municipal de Regeneração (PI), cidade de 17 mil habitantes a 145 quilômetros de Teresina. Ele alega que nunca foi procurado pela atual presidente do partido para tirar qualquer dúvida a respeito do assunto.
Gastos do PL em 2021
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