Combate ao preconceito passaria pelo diálogo nacional e pelo respeito à Constituição
“Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele.” Quase meio século se passou desde que essas palavras foram proferidas por Martin Luther King Jr., em 28 de agosto de 1963, diante de 250 mil pessoas reunidas em Washington. A polêmica absolvição do vigia branco George Zimmerman, acusado de perseguir e assassinar o jovem negro Trayvon Martin, despertou a ira da comunidade afro-americana, trouxe à tona tensões raciais arraigadas nos Estados Unidos e deixou claro que o sonho do histórico ativista está longe de se tornar uma realidade. “Eu podia ter sido Trayvon Martin 35 anos atrás”, desabafou, anteontem, Barack Obama, o primeiro presidente negro da história dos EUA. Especialistas admitiram ao Correio que o racismo é uma ferida aberta no país que se intitula a terra das liberdades civis e da democracia. E alertaram para o risco de um aprofundamento do fosso que separa os negros dos brancos.
“A história da discriminação e da segregação racial está profundamente construída no tecido social norte-americano”, afirmou Harvey Silverglate, um advogado especializado em liberdades civis, baseado em Cambridge (Massachusetts). Segundo ele, como resultado de uma discriminação que perdurou por gerações, o índice de crimes violentos é mais alto na população negra. “Existe alguma razão para que os afro-americanos sejam vistos em circunstâncias aparentemente suspeitas. A eleição de um presidente negro demonstra que muito progresso foi feito, mas o processo (de eliminação do racismo) precisa seguir por ao menos mais uma geração inteira”, comentou.
Fonte: CORREIO BRAZILIENSE
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