Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A intolerância com a opinião alheia está corporificada na doutrina da existência do "diabo", essencial à existência da maioria dos credos


Religiosos acreditam que atos de intolerância recentes no Rio são praticados por minoria

Para eles, convivência entre diferentes doutrinas exige adaptação
POR FÁBIO TEIXEIRA




Reunião de Eduardo Paes com menino que foi impedido de entrar em colégio com guias de Candomblé - O Globo / Alessandro Lo Bianco


RIO — Os recentes casos de intolerância religiosa no Rio — como o do aluno barrado em escola municipal por usar guias de candomblé e o da confusão no 5º Juizado Especial Cível, em Copacabana, que terminou com delegado preso e fiel baleado — estariam sendo praticados por indivíduos ou grupos minoritários que acabam ferindo os princípios básicos das crenças que buscam representar. Esse é um consenso entre vários religiosos, que afirmam que falta a muitas pessoas o entendimento do Brasil como um estado laico. O interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, babalaô Ivanir dos Santos, lembra que a violência contra praticantes das religiões africanas não é novidade:

— A umbanda e o candomblé passaram por muitos momentos de repressão ao longo de sua história, por diferentes grupos religiosos. Porém, hoje, nossa capacidade de reação é maior do que no passado.

‘NÃO PODEMOS GENERALIZAR’

O umbandista lembra que, em 2008, evangélicos da igreja Geração Jesus Cristo invadiram o Centro Espírita Cruz de Oxalá, no Catete, e depredaram várias imagens. Na ocasião, quatro foram presos por vandalismo. Os responsáveis por assediar o delegado Henrique Pessoa durante audiência, nesta quarta-feira, são da mesma igreja. Segundo Ivanir, integrantes da comissão têm sofrido constantes assédios por parte de evangélicos desse grupo.


— Não podemos generalizar. Sabemos que é uma minoria dentro dos grupos evangélicos, mas é inegável que há lideranças fomentando um clima ruim e incentivando a ação desses radicais. São fascistas, isso fica evidente pelas próprias camisas, que dizem “Bíblia sim, Constituição não" — avalia Ivanir.

Para o pastor da Igreja Presbiteriana Betânia em Niterói, Teo Elias ações como as da diretora de uma escola municipal que impediu um aluno de entrar com vestes de umbanda na unidade exibem a falta de entendimento a respeito das normas que devem ser seguidas em colégios:


— É importante haver uma neutralidade no que diz respeito à religião em espaços públicos. A polêmica não é só nossa, todos precisam se adaptar. Na França, por exemplo, o problema também existe, mas lá o preconceito recai sobre os muçulmanos.

O presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, Jaime Salim Salomão, avalia que a integração de diferentes religiões dentro da sociedade pode gerar atritos. Para ele, deve ser feito um trabalho constante de comunicação:

— É preciso mostrar à comunidade que todas as religiões têm um papel a ser cumprido dentro da sociedade. Queremos integrar, mas sem eliminar nenhuma religião.


Nenhum comentário: