Contra o neocolonialismo que está a nos sufocar, num crescendo, só uma Revolução que nos livre do jugo capitalista, resolverá. Regimes traidores e entreguistas não abrem mão do poder, nem se rendem, senão no pau.
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Revolução Haitiana
Publicado por: Rainer Gonçalves Sousa em História da América
Toussaint L’Overture, líder heróico da Revolução Haitiana.
O ambiente mudancista do século XVIII, iniciado pela Revolução Francesa possibilitou a inspiração de diversos movimentos que lutavam pelo fim da exploração colonial nas Américas. As propostas de igualdade e liberdade do ideário iluminista ecoaram como uma esperança de transformação do ambiente colonial responsável por subordinar milhares de sujeitos que, por sua condição étnica e religiosa, eram utilizados como mão-de-obra sistematicamente explorada nas plantations e minas do continente americano.
Um dos mais impactantes exemplos dessa possibilidade transformadora aconteceu na região do Caribe, onde uma população de escravos conseguiu tomar o controle das instituições locais. Na região de São Domingos, tradicional espaço de colonização francesa, desenvolvia-se diversas monoculturas, principalmente de açúcar, que garantiam expressivas rendas à Coroa Francesa. Para o acúmulo dessas riquezas, os colonizadores franceses utilizaram de uma grande população de escravos africanos.
No ano de 1789, a França viveu um processo revolucionário inspirado na defesa de ideais de liberdade e igualdade. Ao saber das notícias e dos conteúdos da Revolução Francesa, os escravos oprimidos passaram a exigir a ampliação destes ideais revolucionários para a colônia de São Domingos. Enraivecidos pela dominação da elite branca e monarquista da colônia, um grupo de descendentes africanos liderados pelo alforriado François Dominique Toussaint, mais conhecido como Toussaint L’Overture, e o líder religioso negro Dutty Boukman iniciaram um revolução.
Em 1791, Toussaint L’Overture instigou os escravos a exterminarem a população branca do local. A rebelião se iniciava e os escravos logo receberam as primeiras ofensivas das tropas francesas. Tempos depois, outras expedições francesas, inglesas e espanholas tentaram tomar controle da situação instalada na ilha. No ano de 1801, L’Overture foi designado como o novo governador da ilha. No entanto, as tropas de Napoleão Bonaparte invadiram mais uma vez a região e aprisionaram o governador, que morreu dois anos depois na cidade de Paris.
A morte de Toussanit não enfraqueceu as lutas dos escravos na ilha de São Domingos. Em 1804, o ex-escravo Jean-Jaques Dessalines organizou novos confrontos que deram a vitória à população negra e selou o fim da dominação francesa na região. No dia 1º de Janeiro, daquele mesmo ano, Dessalines tornou-se imperador do Haiti, nome originalmente dado pelas populações indígenas que habitavam a ilha de São Domingos.
Dois anos mais tarde, em 1806, Dessalines foi assassinado. A sua queda do governo provocou uma disputa interna que resultou na divisão dos territórios em dois regimes: um monárquico, e outro republicano. Somente em 1820, sob a liderança de Jean Boyer, os territórios do Haiti foram reunificados por um governo de orientação republicana.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
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