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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Xenofobia inaceitável


As declarações do candidato ultradireitista holandês, Geert Wilders, sobre os marroquinos ultrapassam todos os limites


Manifestantes e policiais rodeiam a Geert Wilders durante um ato eleitoral. KOEN VAN WEEL EFE

São absolutamente inaceitáveis as declarações do líder da extrema direita holandesa, Geert Wilders, que iniciou sua campanha eleitoral afirmando que na Holanda há “demasiada escória” marroquina. O fato de um racista e xenófobo confesso como Wilders encabeçar as pesquisas para as eleições gerais de março serve como prova de que o veneno populista foi inoculado em sociedades historicamente tolerantes, como a holandesa.

A obsessão marroquina no inapresentável discurso político de Wilders não pode pegar ninguém de surpresa. Em dezembro ele foi condenado pela justiça holandesa por insultos e discriminação contra os marroquinos em diferentes intervenções. Parece que o líder do Partido para a Liberdade (PVV) acredita ter encontrado um filão para eleições que servirão de importante termômetro da extrema direita na Europa a apenas um mês da realização das presidenciais da França, nas quais a Frente Nacional, de Marine Le Pen, aspira a ocupar o Palácio do Eliseu.

Com seus insultos, Wilders não só põe sobre a mesa seu escasso respeito às normas de convivência mais elementares que configuram o projeto europeu, do qual a Holanda é membro fundador, mas também uma assombrosa ignorância em termos de geopolítica para alguém que pretende governar um país ocidental membro da OTAN. Parece que o líder do PVV não conhece o crucial papel que o Marrocos está desempenhando na contenção do jihadismo, a principal ameaça para a Europa neste momento. E que nada sabe dos bem-sucedidos esforços levados a cabo por Mohamed VI e o clero alauita – predominante no Marrocos – para evitar que o jihadismo se infiltre tanto no país como nas comunidades marroquinas por toda a Europa. Wilders é um xenófobo que desconhece o que se passa a seu redor, mas que busca explorar a frustração de seus compatriotas. Esperemos que não tenha êxito.

Fonte: http://brasil.elpais.com

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