A embaixadora dos
EUA, Nikki Haley, criticou o Hamas acusando o movimento palestino de
"usar crianças como bucha de canhão", depois que dezenas de pessoas
foram mortas a tiros, por tropas israelenses, durante semanas de
confrontos na Faixa de Gaza. Forças israelenses mataram 41
palestinos, incluindo dois jornalistas e várias crianças, desde que os
protestos começaram em 30 de março.
"Qualquer um que
realmente se preocupe com crianças em Gaza, deve insistir que o Hamas,
imediatamente pare de usar crianças como, “bucha de canhão”, em seu
conflito com Israel", disse Haley em uma reunião do Conselho de
Segurança da ONU, dedicada ao Oriente Médio.
A maioria dos
palestinos mortos por Israel, durante a “Marcha de Retorno", foi baleada
por atiradores na fronteira, enquanto alguns foram mortos por
artilharia ou ataques aéreos israelenses.
O exército
israelense diz que suas tropas só “abrem fogo em legítima defesa ou para
impedir que manifestantes tentem romper a barreira, que separa o
território de Israel”.
Na mesma reunião, o
enviado de Israel, Danny Danon, disse que a "grande maioria dos mortos
são de membros de organizações terroristas”.
Um grupo de jovens palestinos, na Faixa de Gaza, em 20 de abril de 2018.
Haley não abordou a
questão da conduta de Israel durante as manifestações, apesar das
críticas da UE e de um importante representante da ONU.
Ela denunciou o uso
de civis, como escudos humanos, em todo o Oriente Médio, durante suas
declarações ao conselho, quando se reuniu para discutir a situação na
região e a violência em Gaza.
"É difícil pensar em um ato mais covarde, mesmo para um terrorista, do que se esconder atrás de civis inocentes", disse.
As Nações Unidas pediram uma investigação independente da violência em Gaza, onde Israel lutou três guerras desde 2008.
Dirigindo-se ao
conselho, o enviado da ONU para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov,
pediu que Israel "minimize o uso de fogo vivo" e enfatizou que "a força
letal deve ser usada apenas como último recurso".
Soldados israelenses lançam
gás lacrimogêneo, enquanto milhares de moradores de Gaza marcham do
outro lado da cerca da fronteira, provocando confrontos nos quais quatro
palestinos foram mortos e mais de 200 feridos.
“O Hamas e os
líderes do protesto devem, por sua vez, manter-se longe da cerca e as
crianças devem ser particularmente protegidas”, acrescentou.
Os comentários do
ex-ministro búlgaro foram mais contidos, do que comentários feitos no
Twitter, logo após a morte de um menino de 15 anos, quando ele afirmou
que “Israel deveria parar de atirar em crianças e que sua conduta era
ultrajante”.
"Gaza está
desmoronando enquanto falamos sob a pressão de uma combinação explosiva
de fatores humanitários, de segurança e políticas negativas", disse o
enviado na reunião da ONU, repetindo a advertência de reuniões
anteriores, de que a situação na faixa é "explosiva".
O representante
permanente palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que os protestos
“foram pacíficos e acusou Israel de matar ilegalmente palestinos
desarmados e indefesos".
Os manifestantes
estão exigindo o direito de retornar às suas terras ancestrais, no que
hoje é Israel. Os Estados Unidos bloquearam por duas vezes os projetos
de declaração do conselho, expressando preocupação com a violência em
Gaza.
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