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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Zeca Diabo urdindo um golpe?


Daniel Teixeira/AE

Ex-ministro José Dirceu fará ação política contra prisão





CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

Sob risco de condenação pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-ministro José Dirceu avisou a colaboradores que se manifestará, na quarta-feira, à cúpula do PT sobre o julgamento do mensalão. Sua intenção é fomentar um movimento político contra sua provável prisão.

O discurso acontecerá um dia depois da sessão do Supremo que selará o futuro de Dirceu. Será sua primeira declaração após o julgamento. Até agora, quatro dos dez ministros que participam do julgamento votaram sobre seu caso: três pela condenação e um pela absolvição.

A próxima sessão será amanhã. Em recente reunião com aliados e assessores, Dirceu disse que não cairá calado. Antes dedicado a discussões macroeconômicas, o blog do ex-ministro será um instrumento de ação política.

A cargo de sua assessoria política, a mobilização de Dirceu preocupa o comitê eleitoral de Fernando Haddad. O comando da campanha teme que essa articulação afete Haddad na corrida pela Prefeitura de São Paulo, já que o escândalo do mensalão foi explorado pelo adversário tucano, José Serra, no primeiro turno.

Apesar de disposto a falar ao Diretório Nacional do partido -convocado para discutir a sucessão municipal- o ex-ministro evitou contato com o eleitor ontem na hora do voto.

Para driblar o assédio, Dirceu -que até 2010 votava num colégio em Moema, reduto de classe média- pediu transferência de seu domicílio eleitoral para o distrito de Cursino, região periférica da cidade.

Na eleição de 2006, quando foi deflagrado o escândalo do mensalão, Dirceu foi hostilizado ao chegar no colégio onde votava. Chamado de "bandido", foi alvo de arremesso de pastéis. Em 2010, entrou por um portão lateral, escapando da imprensa.

Ontem, Dirceu optou por votar às 16h20, pouco antes do fechamento das urnas, para não contaminar as campanhas do PT. Segundo explicou a aliados, o horário foi escolhido para que a divulgação de sua imagem só acontecesse depois do encerramento da votação, sem prejudicar Haddad.

Antes de sua chegada, assessores de Dirceu inspecionaram as dependências da escola estadual Princesa Isabel. Pediram que entrasse por um portão lateral. Não foram atendidos.

SEGURANÇAS

Dirceu esperou no apartamento da mulher até que seus assessores montassem a recepção. Militantes e seguranças fizeram um cerco para impedir que eleitores e jornalistas se aproximassem. No tumulto, militantes atingiram repórteres.

Para justificar o incidente, o deputado Vicente Cândido disse que era preciso "proteger os dirigentes".

"A agressão é recíproca. Se deixar, jornalista agride".


Fonte: FOLHA DE SP

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O amigo do Zé


Sereno e o amigo Dirceu

Candidato a vereador em pleno julgamento do mensalão, Marcelo Sereno não conseguiu uma vaga para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Obteve 12 000 votos.

Um dos petistas mais ligados a José Dirceu, a quem assessorou nos tempos em que o ex-ministor pintou e bordou na Casa Civil de Lula, Sereno já tinha sido derrotado nas urnas em 2008 e 2010.

Sereno teve apoio firme de Lindbergh Faria durante toda a campanha e recursos financeiros, mas não foi o suficiente.Por Lauro Jardim


Fonte: VEJA

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Política



Genoino compara imprensa à ditadura e desiste de votar



"Vocês fazem igual aos torturadores da ditadura. Só que agora não tem pau de arara, tem uma caneta", afirmou Genoino aos jornalistas (Rodrigo Paiva/Folhapress)



O ex-deputado José Genoino, um dos réus no processo do mensalão que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), compareceu por volta das 8h15 deste domingo à Universidade São Judas, em São Paulo, para votar e, em poucos minutos, perdeu a paciência com a presença dos jornalistas no local. Ele limitou-se a repetir várias vezes em voz alta a frase: "Vocês são urubus que torturam a alma humana".



O deputado comparou o comportamento da imprensa no caso do mensalão com a tortura na época da ditadura. "A diferença é que agora não tem pau de arara, (a tortura) é com a caneta."



Genoino, na verdade, desistiu de votar. Ele só acompanhou o voto da mulher e foi embora. Na entrada da seção, parte dos jornalistas foi impedida de entrar e chegou a ser contida fisicamente por policiais militares e por seguranças da universidade.



Alguns eleitores presentes ao local de votação, ao ver Genoino, gritaram frases como: "Cadê a lei da ficha limpa?", "De Genoino (sic) não tem nada". Apenas um eleitor abraçou o deputado e lhe disse palavras de apoio.



Com a manifestação de quatro ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) até a sessão desta quinta-feira (4), o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoinosomam, cada um, três votos pela condenação e um voto pela absolvição pelo crime de corrupção ativa – oferecer vantagem indevida.



(Com agência Estado),via VEJA

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As trajetórias de Joaquim Barbosa e José Dirceu

A ascensão do juiz que condenou um político poderoso – e a queda dramática do poderoso condenado

DIEGO ESCOSTEGUY, COM MARCELO ROCHA, MURILO RAMOS E FLÁVIA TAVARES
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O JUIZ O ministro Joaquim Barbosa durante o julgamento do mensalão. Óculos de Gepeto e postura altiva diante dos fotógrafos  (Foto: Sérgio Lima/Folhapress)
O Supremo Tribunal Federal da República Federativa do Brasil paira sobre as leis do tempo. No Olimpo de 11 semideuses da Justiça brasileira, o relógio marca sempre 15 horas. Está lá, no canto oposto ao plenário, em caracteres digitais vermelhos. Não adianta perguntar a Zeus por que nem como: seja segunda ou quarta-feira, de manhã ou à noite, a hora é a mesma, o tempo é o mesmo. Cabe aos homens adaptar-se a ele – ou acabar enquadrados por ele. Dos 11 ministros, nenhum é tão severo com os mortais que transgridem o tempo do Supremo quantoJoaquim Benedito Barbosa Gomes, o relator do mensalão. Nos últimos sete anos, ele se encarregou de preparar a exemplar punição dos semideuses da política que ousaram rasgar as leis protegidas pelo Supremo, organizando o mais intrincado esquema de corrupção já descoberto no país. Após 30 sessões épicas, nas quais o relógio manteve-se às 15 horas e, nesse privilegiado espaço fora do tempo, aplicaram-se condenações duras aos partícipes da organização criminosa, dois agudos toques de campainha anunciaram, na tarde da quarta-feira 3 de outubro, a 31ª sessão – aquela em que o semideus Joaquim fatalmente desferiria o golpe final no semideus José Dirceu de Oliveira e Silva, o “mandante” do mensalão.
O JULGADO O ex-ministro José Dirceu durante um evento, na semana passada. Vaidoso, ele já fez implante nos cabelos, hoje desgrenhados  (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress)
Todos os presentes levantaram-se. Fez-se silêncio. Os 11 ministros assomaram ao plenário em fila indiana. “Por favor, sentemo-nos”, disse o presidente da corte, ministro Carlos Ayres Britto, dando início à sessão. “Sejam todos bem-vindos a esta nossa Casa de Justiça. Em regime de continuidade de julgamento, apregoo a Ação Penal 470.” Ação Penal 470 é o nome que se dá, na Casa de Justiça, ao processo do mensalão. Ato contínuo, entraram em cena os fotógrafos designados a registrar o ritual. Apertaram-se num cantinho ao fundo do plenário. Suas poderosas lentes sobrepuseram-se umas às outras, apontadas como bazucas a um só alvo: Joaquim. A sucessão incessante de cliques ressoou pelo plenário, maculando a voz do ministro Carlos Ayres Britto, que recapitulava mansamente a sessão anterior. “São 38 réus, já conhecidos, já nominados em sessões anteriores”, leu Britto, por obrigação. “Faço um retrospecto um pouco alongado da última sentada do julgamento.” Britto prosseguiu, os demais ministros aprumaram-se para o início dos trabalhos. Menos Joaquim. Joaquim já estava pronto. Imóvel. Os fotógrafos aguardavam. Súbito, Joaquim levou o braço esquerdo, coberto delicadamente com a capa preta de ministro do Supremo, ao calhamaço branco de seu voto, erguido na vertical por um apoio de leitura. Clique, clique. Sua mão esquerda folheou lentamente algumas páginas. Clique, clique, clique. Seus olhos miúdos, escondidos atrás dos óculos arredondados ao estilo Gepeto, moveram-se quase imperceptivelmente, perscrutando os papéis. Joaquim devolveu o braço esquerdo ao espaldar. Clique, clique, clique, clique. A estranha sinfonia de cliques durou cinco minutos, tempo que se permite aos fotógrafos registrar o julgamento. Agora, apenas a voz de Ayres Britto ocupava o plenário. Todos os presentes mantinham-se em obsequioso silêncio. O barulho da Esplanada dos Ministérios – seus carros, suas pessoas, sua azáfama – não penetrava no Supremo. Ayres Britto finalmente disse: “Senhor ministro relator, Joaquim Barbosa, concedo a palavra a Vossa Excelência para o prosseguimento de seu voto”. O tempo dos homens marcava 14h44. O tempo do Supremo, 15 horas. Chegara o momento de os dois tempos se encontrarem.
 
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Joaquim & José (Foto: ÉPOCA)
A 814 quilômetros dali, em Vinhedo, no Estado de São Paulo, uma grande casa de campo no bucólico condomínio Santa Fé sintonizava a TV Justiça. O televisor estava ligado numa saleta contígua à sala de jantar, onde a produtora Evanise Santos, um jornalista e uma historiadora assistiam às palavras de Joaquim. Do lado de fora da casa, na varanda que circunda a construção, estava José. Como de hábito, ele preferia não assistir ao julgamento. À sua frente, avistavam-se as colinas verdes de Vinhedo, em cores de tranquilidade e paz. Ninguém sabe o que se passava na cabeça de José naquele momento. Nem em qualquer momento, reconheça-se. José nunca diz – a ninguém – o que pensa de verdade. Nem mesmo à namorada, Evanise, ou aos assessores e companheiros políticos que estavam na sala ao lado, aqueles poucos que haviam conquistado um lugar em sua intimidade, embora pouco soubessem dela. Naquele momento, José certamente não tinha pensamentos de paz e tranquilidade. Estava tenso. Emagrecera nos últimos meses, deixara o cabelo crescer desgrenhado, descuidara-se – logo ele, vaidoso a ponto de fazer implantes capilares e mandar importar cremes especiais, na esperança de subtrair alguns anos ao rosto de 66. Estava abatido como um prisioneiro sem banho de sol. Desde que o julgamento começara, havia dois meses, José, seguindo orientações dos assessores e do bom-senso, não saíra da casa de campo. Para um animal político como ele, as colinas de Vinhedo são grades de ferro. Para seus padrões, tornou-se um ermitão. Sua comunicação com o mundo vinha sendo precária. Dava-se por torpedos, e-mails, Skype. (Celular pega mal na casa de campo.) Quanto mais o julgamento se prolongava, mais derrotado José se sentia. “Queria poder falar, fazer o combate, sair logo daqui”, dissera ele recentemente a um companheiro de partido.
As mulheres venceram a guerra dos sexos - capa 751 (Foto: ÉPOCA)
O que José deseja é impossível. E ele sabe. Naquele momento, José sabia isto: o que lhe restava de vida política, após sete anos de lutas com a verdade do mensalão, extinguia-se com o voto de Joaquim condenando-o por corrupção ativa, como o mandante do esquema criminoso. Sabia também que, apesar da possibilidade de alguns votos contrários, a tese de Joaquim prevaleceria no plenário do Supremo. Era só uma questão de tempo – tempo de o Supremo alcançar o tempo dele, transfigurando definitivamente o herói de 1968 no anti-herói de 2012, um personagem épico cuja ascensão e queda dá sentido ao arco político percorrido pelo Brasil nas últimas décadas. A José, talvez sobrasse apenas sonhar com as boas lembranças, talvez voltar a seus anos de esperança, em 1968.

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1968 - José Dirceu e Joaquim Barbosa (Foto: Reprodução e arquivo CB/D.A Press) ]
Fonte: ÉPOCA

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