Mas o neto do Toninho Malvadeza acabou vencendo. Cada povo tem o governo que merece, se o escolheu.
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Felipe Amorim e Clarissa Borges
Do UOL, em Salvador
A polícia teve que intervir para evitar o confronto entre cabos eleitorais adversários durante a votação dos candidatos à Prefeitura de Salvador ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT), na manhã deste domingo (28), no campus da Ufba (Universidade Federal da Bahia) do bairro do Canela.
Foto 57 de 59 - 28.out.2012 - Uma confusão entre manifestantes do PT e do DEM durante o voto de ACM Neto, candidato do DEM à Prefeitura de Salvador, causou tumulto em frente à UFBA (Universidade Federal da Bahia) nesta manhã João Alvarez/UOL
A ação da militância, de ambos os partidos, desrespeitou a legislação eleitoral, com gritos de guerra de militantes reunidos e a distribuição de adesivos de campanha, o que é entendido como boca de urna. A lei permite apenas a manifestação “silenciosa” de apoio, com adesivos em camisetas, por exemplo.
Pelegrino votou às 10h, em um prédio da universidade ao lado da unidade onde Neto votou, às 11h.
Pelo menos desde às 9h, cabos eleitorais cabos do PT se reuniam na porta da Faculdade de Administração da Ufba, onde Neto vota. A concentração de militantes do DEM, que esperavam a chegada do candidato, acirrou os ânimos e levou à troca de insultos entre os grupos, com gritos de “é mensaleiro” e “ACM ditador”, por exemplo.
O major da Polícia Militar Marcos Henrique diz que a ação de ambos os partidos é ilegal. A polícia fez um cordão de isolamento para permitir a entrada de eleitores no colégio e evitar o confronto na chegada do candidato ACM Neto. Não houve prisões. “Violência só gera violência. Estamos tentando conversar”, afirmou o major.
“O DEM colocou dez pessoas na porta, aí colocamos dez também. Aí eles colocaram mais dez, e nós...”, explica o fiscal eleitoral do PT, Yuri Brito.
“O governador é um omisso. Colocou pouco policiamento”, afirmou o vice-presidente nacional do DEM, José Carlos Aleluia, que tentava convencer a polícia a retirar a militância do colégio eleitoral.
A militante do PT e estudante de história da Ufba Ana Clara Auto, 20 anos, acusa seguranças que acompanhavam a comitiva de Neto de a terem agredido, num momento de tumulto durante a entrada do candidato no prédio. “O segurança me engarguelou [sic] e me jogou na grade”, afirma a estudante.
No primeiro turno, ACM Neto teve vantagem sobre Pelegrino no bairro onde ambos votam. O colégio onde o candidato do DEM vota, não é um local tradicional de militância petista durante os dias de votação. No primeiro turno, por exemplo, havia apenas cabos eleitorais do DEM.
A militante Ana Clara explica o motivo da concentração petista durante a votação de Neto. “Aqui é um reduto da direita. Viemos para cá dizer que tem gente que vota no 13”, diz. Ela afirmou que pretende registrar queixa da agressão na polícia.
Após conseguir votar, ACM Neto criticou o episódio. “Isso é uma manifestação organizada por militantes pagos [pelo PT], e um desrespeito ao meu eleitor e ao eleitor de Pelegrino”, afirmou o candidato, que se disse confiante na vitória.
Pesquisa Ibope divulgada neste sábado aponta Neto com 48% das intenções de voto, contra 40% de Pelegrino.
Nelson Pelegrino, que votou mais cedo que Neto, chegou à Faculdade de Direito da Ufba acompanhado da candidata a vice, Olívia Santana, e de companheiros de sigla, como o vereador eleito Waldir Pires e o secretário de Planejamento do Estado, José Sérgio Gabrielli.
No colégio onde o petista votou não houve tumulto. Mas o UOL presenciou ao menos três eleitores do DEM, que ao passar pela comitiva petista, fizeram provocações em voz alta, evidenciando o clima tenso da disputa.
Após votar, Pelegrino enfatizou o resultado da pesquisa realizada pelo instituto Babesp, que, ao contrário do Ibope, apontou um empate técnico entre os candidatos, com Pelegrino à frente: 43% a 41%. "O Ibope tem errado muito em Salvador, então temos tudo para acreditar que errou mais uma vez", disse.
A candidata a vice também criticou a pesquisa Ibope. "Quando o Ibope dá um resultado, temos que acreditar no contrário, por isso não estamos preocupados com isso, mas sim com o que vimos durante a campanha", afirmou Olívia Santana.
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