Abundam, neste país que desastradamente mantém características coloniais, alianças entre Estado e religião, com frontal desrespeito ao republicanismo e à laicidade.
E não estou a falar apenas da Igreja Católica - ainda a campeã, disparada, de falcatruas, associadas a interesses eleitoreiros - que congrega verdadeiras quadrilhas de tomadores de dinheiro público a fundo perdido, seja com o pretexto de conservar patrimônio histórico e cultural, seja sob o argumento de incrementar o turismo religioso.
Os outros cultos também estão seguindo os passos da hidra papista e o resultado será nefasto para os cidadãos/contribuintes, cujos direitos a serviços públicos eficientes são sistematicamente desrespeitados.
Ainda ontem, examinando a documentação acostada aos autos de uma ação popular proposta por mim mesmo (onde questiono a transferência de recursos públicos para o grupo religioso que promove, todos os anos, o Congresso de Gideões, em Camboriu/SC), para produzir a devida réplica, deparei-me com provas assaz preocupantes, de utilização de recursos do Fundo Municipal de Saúde daquele Município para custear alimentação de pregadores e organizadores do evento. Um autêntico deboche, quando se leva em conta as carências das comunidades daquela região. No caso, a aliança espúria se dá entre a Igreja Evangélica Assembleia de Deus (à qual estão umbilicalmente conectados a Associação Movimento Paz no Vale e os Gideões Missionários), o governo do Estado e do Município.
A prefeita Luiza, imitando o ex-prefeito Edson Olegário, ambos do PSDB, vem colhendo dividendos políticos junto aos evangélicos, propiciando toda sorte de favores aos dirigentes e fiéis da IEAD. É a troca de favores, com recursos públicos, abjeta, ilícita e indecente.
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