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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Música - Data marcante: morte de JANNIS JOPLIN e a Teologia da Prosperidade





Hoje na História: 1970 - Morre Janis Joplin, uma das vozes mais marcantes do blues

Com apenas 27 anos, cantora sofreu uma overdose de heroína em seu apartamento





WikiCommons

Na noite do dia 4 de outubro de 1970, Janis Lyn Joplin caminhava bêbada pelo centro de Los Angeles com uma garrafa de Southern Comfort, sua marca de preferida de whisky, da qual chegou inclusive a fazer comerciais em revistas. Ninguém ficou assombrado, visto que não era nada estranho vê-la jogada em algum bar, suando em gotas e desmaiando pelo efeito de alguma das várias drogas que consumia. Entretanto, nesta noite em especial, voltava para o seu apartamento após uma tarde inteira injetando heroína com um amigo.



Abriu a porta como pôde, atirou sua bolsa ao chão e se aproximou do telefone. Duas mensagens. A primeira era de Paul A. Rotchild, o produtor de Pearl, disco que então estava sendo gravado. Ele lembrava que Janis deveria ainda gravar Buried Alive In The Blues, a última faixa que restava para completar o disco. O tom da voz de Rotchild parecia mais agudo que o normal, como se intuísse a catástrofe que estava a ponto de ocorrer. Janis apagou a mensagem que havia escutado. A segunda, nem se deu ao trabalho de ouvir. De alguma maneira, nesse momento, pensou em seu amigo John Lennon, que faria aniversário cinco dias depois. Já não recordava, porém, se havia gravado uma mensagem para cumprimentá-lo.

Abriu outra garrafa de whisky, ligou a televisão e se deitou para diminuir o enjôo e a sensação de vertigem. Raios divagantes e impiedosos a confundiam. Passou a lembrar de certa tarde de junho de 1967, quando o público de Monterey Pop Festival a aplaudia de pé. Big Brother & The Holding Company, sua primeira banda, chamou imediatamente a atenção de toda a comunidade gay de São Francisco. A extraordinária atuação de Janis em Monterey a lançou bem alto com apenas 24 anos. Em seguida, como solista, saiu em turnê mundo afora. Dividiu palcos com Jimi Hendrix, The Who, Jefferson Airplane, Grateful Dead e outras lendas contemporâneas. O entusiasmo nas apresentações de Janis logo se traduziram em vendas de discos e cifras milionárias.

Kozmic Blues, Another Piece of My Heart, Summertime, Son of a Preacher Man, Try Just a Little Bit Harder e, acima de tudo, Ball and Chain, são claros exemplos da força, do sofrimento e da paixão de Janis por sua arte. Ninguém na história cantou blues com tanta franqueza, sequer seus criadores negros, dizia parte da crítica. É muito diferente sentir uma letra e incorporá-la à própria vida. Como Janis sempre dizia: “divido o palco com cinco mil pessoas, mas, quando vou para casa, estou sempre sozinha”.

Assista à interpretação de Janis Joplin para Cry Baby:



A canção Little Girl Blue, por exemplo, parece ter sido gravada no gabinete de um psiquiatra, sob o efeito de todos os antidepressivos possíveis. Para além de sua estrela e carisma, Janis era provavelmente uma das pessoas mais tristes do planeta. Talvez fosse isso que a fizesse cantar blues. A voz de Janis provinha do fundo da alma, sem dúvida, já que seu corpo estava bastante deteriorado. Jamais em toda a sua curta e convulsionada vida perdeu um ápice de qualidade vocal, nem sequer nas últimas gravações. Seu espírito e sua vocação eram muito mais fortes que os excessos e o descontrole.

Na noite de 4 de outubro, então, cozinhou algo de heroína, injetou como pôde e cinco minutos depois estava morta no chão de seu apartamento. Como ocorre em todas as mortes de famosos, um véu de mistério cobriu o final de Janis Joplin. Não foram encontradas nem drogas nem seringas no local. Há a suspeita de que alguém teria apagado os vestígios.

Nesse dia o mundo pop perdia a voz incomparável de uma verdadeira diva, a única que jamais usou maquiagem. Genial, irreverente, caótica, talentosa, sensível, audaz, poderosa, alcoólica, graciosa, depressiva, amante, prostituta, deusa, alma... dezenas de matizes dentro do pequeno corpo de uma pequena menina do Texas, que deixou nos amantes de blues e de rock um vazio difícil de preencher.

Janis Joplin, branca, foi considerada por muitos como a maior cantora de blues e soul de sua geração, além de a maior cantora de rock dos anos 1960. Morreu com apenas 27 anos. Foi cremada no cemitério-parque memorial de Westwood Village, em Westwood, Califórnia, e numa cerimônia, suas cinzas foram espalhadas pelo Oceano Pacífico.

Fonte: OPERA MUNDI

 

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ATUALIZAÇÃO:


JANIS JOPLIN E A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

Hoje o dia começa nublado e preguiçoso. Já levei filha pra escola, voltei pra casa, e como de costume, tomo meu café lendo o jornal e navegando pela net. De um tempo pra cá, a rotina matinal inclui passeios pelos textos novos dos blogs que sigo.

E assim cheguei no Genizah, onde encontrei esse post que tem como nome um trecho de uma música muito conhecida na época dos hippies e com uma foto de chamar atenção: uma Mercedes-Benz toda dourada, parecendo ser de ouro mesmo.

Descobri que a origem do post era outro blog, o Altar de Pedra. Então fui lá, me apresentei e avisei que estou publicando o texto aqui.

Quando a Janis Joplin morreu, em outubro de 1970, eu tinha acabado de completar 1 ano de idade. Janis morreu aos 27 anos, por overdose de heroína. A música que dá título ao post do Sergio foi lançada seis meses após a morte dela.

Bem, vamos ao post.



Oh, Lord, won't you buy me a Mercedes-Benz?







Assim começa a canção de Janis Joplin composta em outubro de 1970. Nela
Janis buscava criticar o materialismo da sociedade americana. De maneira contundente ironizava o egoísmo, a vaidade e a indiferença social das crenças religiosas da América. “Oh Senhor! Não vai comprar para mim uma Mercedes Benz?” indagava com sua voz rouca, cantandoà capela, quase uma oração.

E a ironia contundente da canção estava justamente no fato de alguém pedir a Deus em oração de maneira (aparentemente) humilde, sincera e verdadeira, uma ostentação luxuriante, como se isto fosse algo natural (ou melhor, sobrenatural). No contraponto humildade-ostentação, suplica-conquista, necessidade-extravagância surge o constrangimento da situação e neste constrangimento está seu lado cômico e impactante.

Hoje não é mais cômica, muito menos impactante.

A ironia dentro da ironia é que esta mensagem deixou de ser constrangedora nestes nossos dias, em nossas igrejas, em nossas orações depois do surgimento da Teologia da Prosperidade. O que era vício assumiu a forma de virtude. Não uma, ou duas vezes, ouvi pedidos parecidos sendo feitos por sacerdotes cristãos em púlpitos e reuniões. Aliás, coisas do tipo “isto é carro para filho de Deus” ou “isto sim é carro de pastor” são até corriqueiras, comuns, justamente porque não se vê a luxúria, o culto ao ego e a vaidade da alma como sentimentos a serem combatidos.


Não entrarei no mérito de ser ou não correto, ser ou não legítimo, para um cristão possuir um carro de alto luxo. Cada um pode fazer o que bem entende com seu dinheiro. Principalmente se ele é fruto de trabalho honesto, árduo e dedicado.

O mérito a ser discutido e que deixa alguns cristãos incomodados é que a maioria das pessoas que freqüenta cultos não se sentiria constrangida com esta música. Os valores (aqui como qualidade daquilo que se valoriza, que se dá valor) do cristianismo evangélico ocidental se transformaram de tal maneira que abraçaram os valores mundanos. Novamente; aquilo que era vício se tornou virtude e isso transformou completamente o entendimento do que é certo ou errado em relação ao Reino e às palavras de Jesus.

A maioria das pessoas compreende o fato de que é lícito pedir a Deus o suprimento de nossas necessidades básicas ou a ajuda em coisas que são necessárias, importantes. O apóstolo Paulo nos ensinou a “fazer conhecidas de Deus as nossas petições”. O próprio Jesus, na oração modelo, nos ensina a pedir a Deus que supra as nossas necessidades. Note-se que a oração modelo diz “pão nosso para cada dia”, não caviar nem foie gras. Com simplicidade, humildade e sentido de coletividade nós podemos, e devemos, pedir coisas para Ele.


A maioria das pessoas também compreende que usar uma maneira legítima de socorro divino para fins menos nobres (no caso, coisas de nobre) não é muito ortodoxo. Tanto não é que a carta de Tiago nos ensina que tais orações simplesmente não serão atendidas. Este tipo de pedido demonstra o egoísmo, vaidade e soberba de quem o faz e Deus simplesmente não compactua com esta coisas.

A música de Janis quase pode ser confundida com louvor hoje em dia. Quase dá para tocar nas igrejas (Quase?). Porque a igreja incorporou os pensamentos que tentava despertar como incompatíveis com o Reino de Deus, ou seja, valore mundanos. Estes entraram no seio, no âmago da igreja.

Miserável Teologia da Prosperidade, maldito culto ao ego e à personalidade, maldita vaidade da alma. A teologia e o espírito destes dias conseguiram transformar a pobre e perdida Janis, na irmã Joplin...

A resposta para a “oração” dela hoje seria: Aleluia, irmã! Recebaaa!!!
(fonte: blog Altar de Pedra)


Pra quem quiser se lembrar ou conhecer a música:
Oh Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ?
My friends all drive Porsches, I must make amends.
Worked hard all my lifetime, no help from my friends,
So Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ?



Oh Lord, won’t you buy me a color TV ?
"Dialing For Dollars" is trying to find me.
I wait for delivery each day until three,
So oh Lord, won’t you buy me a color TV ?



Oh Lord, won’t you buy me a night on the town ?
I’m counting on you, Lord, please don’t let me down.
Prove that you love me and buy the next round,
Oh Lord, won’t you buy me a night on the town ?



Everybody!


Oh Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ?
My friends all drive Porsches, I must make amends,
Worked hard all my lifetime, no help from my friends,
So oh Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ?

That’s it!Ho



  

Um comentário:

Anônimo disse...
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