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quarta-feira, 20 de março de 2013

TRÁFICO DE INFLUÊNCIA EXISTE, SIM



O min. BARBOSA, mais uma vez, tem toda razão.
Existem muitos conchavos entre advogados e magistrados, sendo sujeitos de privilégios principalmente colegas que são oriundos da magistratura (aposentados) e do Ministério Público, os quais, não raro, praticam descarado tráfico de influência, quando não diretamente junto ao magistrado que está na ativa, junto a cartorários, oficiais de justiça, assessores e outros operadores do Direito.
Muitos juízes colocam-se na retranca com relação a advogados, abrindo exceção, todavia, quando se trata de receber ex ministros, desembargadores, juízes de primeiro grau, procuradores e promotores.
Esta é a verdade.
Claro que muitas são visitas de mera cortesia, incluindo aquelas de ex-colegas  da universidade e não ensejam nenhum pedido de favorecimento. Mas, inegável que muitas também vêm acompanhadas de pedidos descarados, constrangedores, que acabam sendo atendidos.
Obviamente, o Min. Barbosa não cometeria o pecado da generalização. Ele não nasceu ontem e a reação das associações é  natural, resultando do espírito de corpo da categoria "ofendida".
Claro que a convivência entre as categorias que atuam na Justiça (advogados, magistrados e servidores) é até salutar, desde que haja o necessário pudor e não se colha dividendos espúrios dela. A falta de caráter e as fraquezas, humanas por sinal, é que dão aso às indecências.
Há pouco tempo, uma notícia aqui em SC, revelou a deflagração de um procedimento judicial contra um procurador, que elaborava petições para um escritório de advocacia,atuando como se fosse advogado de defesa, nos processos onde atuaria, em nome do Estado, na acusação. isto revela que a convivência perniciosa não é um fato apenas entre advogados e magistrados, mas também entre advogados e membros do Ministério Público.
Corja imunda!!!

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Associações de juízes contestam declarações do presidente do STF

As associações de juízes do país rebateram as declarações do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, sobre o que chamou de "conluio entre juízes e advogados".

De acordo com as entidades, as relações de amizade entre magistrados e advogados em geral não prejudicam a imparcialidade.

Na terça-feira (19), Barbosa, afirmou que essa situação revela o que existe de mais "pernicioso" na Justiça brasileira.

Nino Toldo, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, disse que "os códigos de ética da magistratura não proíbem a amizade com advogados. O juiz não faz voto de isolamento social. É um exagero superdimensionar as situações pontuais".

Para o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, Renato Sant'Anna, "esse tipo de acusação genérica não é compatível com um membro do Judiciário. Se existe irregularidade, é preciso apontar quem, onde e quando".

Henrique Calandra, presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, disse que "o comportamento dos juízes é reto, e os casos que chegam ao CNJ são exceções".

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinícius Furtado, disse que a OAB "está à disposição do ministro Joaquim Barbosa caso queira denunciar algum caso de lobby".

CNJ

Barbosa fez as declarações em uma sessão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que decidiu aposentar um juiz do Piauí acusado de beneficiar advogados.

"Há muitos [juízes] para colocar para fora. Esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso. Nós sabemos que há decisões graciosas, condescendentes, absolutamente fora das regras", afirmou.

Barbosa disse que é preciso ter transparência nas reuniões: "Não há nada demais juiz receber advogado, mas o que custa trazer a parte contrária ao advogado? É a recusa, a falta dessa notificação, da transparência que faz o mal-estar". Para o presidente do STF, essa prática garante "igualdade de armas".

Oriundo do Ministério Público Federal, Joaquim Barbosa é conhecido por ser crítico da proximidade entre juízes e advogados e já teve vários embates com a defesa, principalmente no caso do julgamento do mensalão.

No STF desde 2003, ele diz que só discute um caso com a defesa se todas as partes estiverem no mesmo encontro. Outros ministros adotam metodologia diferente e recebem advogados de uma só parte.

A previsão para que juízes e ministros recebam advogados está na Lei Orgânica da Magistratura e no Estatuto da Advocacia. A Lei da Magistratura diz que os juízes precisam tratá-los com urbanidade e atendê-los quando se trata de uma providência que reclame solução de urgência.

Já o estatuto aponta que é um direito do advogado dirigir-se aos magistrados nas salas e gabinetes, independente do horário marcado.

CONTRAPONTO

Único a votar contra a aposentadoria do juiz do Piauí na reunião do CNJ, o conselheiro Tourinho Neto fez o contraponto a Barbosa durante o debate. Desembargador da 1ª Região, Tourinho disse que não é possível inferir que toda relação de juiz e advogado é interesseira.

"Juiz não pode ter amizade nenhuma com advogado? Isso é uma excrescência. [...] Fui juiz do interior da Bahia, tomava uísque na casa de um, tomava cerveja na casa de outro, e isso nunca me influenciou", disse. Tourinho, que há pouco foi criticado por mandar soltar o empresário Carlos Cachoeira, disse que é preciso separar as relações.

Tourinho lembrou --mas sem citar o nome do ministro envolvido-- a viagem do ministro do Supremo José Antonio Dias Toffoli à Itália para o casamento de um amigo criminalista, o advogado Roberto Podval, em 2011: "Tem juiz que viaja para o exterior com festa paga por advogado, e aí nada acontece".

Ele comentou a sugestão de Barbosa de colocar juízes "para fora": "Se for colocar juiz analfabeto para fora, tem que botar muita gente, inclusive de tribunais superiores".

O desembargador respondeu ainda às críticas de Barbosa e disse que ele era "mais duro que o diabo". Tourinho afirmou ainda que os juízes estavam acovardados enquanto Barbosa gozava da notoriedade obtida com a relatoria do processo do mensalão: "Quem sabe não será o próximo presidente da República?"
Editoria de Arte/Folhapress 



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