60 manifestantes foram presos em Santiago e um policial ficou ferido
Marcha reuniu cerca de 4 mil pessoas nas principais ruas da capital
Estudantes encapuzados durante protesto em Santiago Eliseo Fernandez / REUTERS
SANTIAGO — Pelo menos 60 manifestantes foram presos no Chile durante um protesto estudantil na manhã desta quinta-feira em Santiago, que reuniu cerca de 4 mil pessoas nas principais ruas da capital e marcou a retomada das manifestações contra os lucros no ensino privado, iniciadas em 2011. Um policial ficou ferido e um menor foi detido com um coquetel molotov. Em outubro do ano passado, cerca de 10 mil alunos realizaram ao menos 14 protestos em Santiago - que colocaram em xeque o governo do presidente Sebastián Piñera.
Manuel Erazo, porta-voz dos universitários, reclamou da repressão policial e da mudança do percurso, realizado na última hora. Os estudantes exigem educação gratuita e o fim do lucro das instituições de ensino.
- Queremos o fim dos lucros e isso significa acabar com os empresários da educação - disse Erazo a jornalistas.
De acordo com o coronel Hugo Inzulza, do Controle de Ordem Pública, a maioria dos estudantes não causou tumultos, mas “um grupo antissistema lançou bombas e os policiais tiveram que agir”. O ministro de Interior, Andrés Chadwick, voltou a criticar as manifestações e defendeu a ação policial.
- Novamente um grupo de estudantes se sente no direito de causar desordem e danos à propriedade, alterar o trânsito e gerar violência - afirmou.
Uma estudante brasileira presente na marcha conta que o clima era tenso. Jovens também protestaram no porto de Valparaíso, pedindo o fim do lucro no ensino privado chileno.
- Estava no ponto final da manifestação, próximo à Universidade Central, quando dois carros blindados passaram jogando gás lacrimogêneo para dispersar os estudantes. Meus olhos ficaram ardendo - contou Michele Mendes, aluna da Universidade Central do Chile.
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