López começou a impulsionar uma campanha chamada "A Saída", na qual prega uma "mudança imediata" do governo
“Figura divisora da oposição, arrogante, vingativo e sedento de poder”. As palavras usadas para classificar o opositor venezuelano Leopoldo López não vieram de membros do atual governo chavista, mas sim de um conselheiro político da Embaixada dos Estados Unidos. No documento, datado de novembro de 2009 e vazado pelo Wikileaks, Robin D. Meyer fala da desunião da direita venezuelana e sublinha as complicações provocadas por López com um intertítulo: “O problema Leopoldo”.
Efe
López começou em janeiro a impulsionar uma campanha chamada “A Saída”, na qual prega uma “mudança imediata” do governo
Ex-prefeito do munícipio de Chacao (2000-2008), López é acusado pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de estar por trás dos atos de violência registrados nesta quarta-feira (12/02). Pelo menos três pessoas foram mortas em Caracas e há mais de 60 feridos em todo o país. O dirigente do partido Vontade Popular, por sua vez, colocou a culpa em Maduro.
Desde a vitória dos candidatos do chavismo na maioria das prefeituras nas eleições de 8 de dezembro de 2013, o também opositor Henrique Capriles veio gradativamente perdendo força dentro da MUD (Mesa de Unidade Democrática), enquanto figuras como López começaram a se destacar. Capriles vinha de duas derrotas: nas eleições presidenciais de outubro de 2012, contra Chávez, e de abril do ano passado, contra Maduro.
Ao lado de outros líderes opositores, como Maria Corina Machado e Antonio Ledezma, López começou em janeiro a impulsionar uma campanha chamada “A Saída”, na qual prega uma “mudança imediata” do governo atual com a ida “às ruas”. Em algumas das convocatórias disponíveis na web se lê o pedido “Maduro renuncie”.
Efe
López começou em janeiro a impulsionar uma campanha chamada “A Saída”, na qual prega uma “mudança imediata” do governo
Ex-prefeito do munícipio de Chacao (2000-2008), López é acusado pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de estar por trás dos atos de violência registrados nesta quarta-feira (12/02). Pelo menos três pessoas foram mortas em Caracas e há mais de 60 feridos em todo o país. O dirigente do partido Vontade Popular, por sua vez, colocou a culpa em Maduro.
Desde a vitória dos candidatos do chavismo na maioria das prefeituras nas eleições de 8 de dezembro de 2013, o também opositor Henrique Capriles veio gradativamente perdendo força dentro da MUD (Mesa de Unidade Democrática), enquanto figuras como López começaram a se destacar. Capriles vinha de duas derrotas: nas eleições presidenciais de outubro de 2012, contra Chávez, e de abril do ano passado, contra Maduro.
Ao lado de outros líderes opositores, como Maria Corina Machado e Antonio Ledezma, López começou em janeiro a impulsionar uma campanha chamada “A Saída”, na qual prega uma “mudança imediata” do governo atual com a ida “às ruas”. Em algumas das convocatórias disponíveis na web se lê o pedido “Maduro renuncie”.
Em 2 de fevereiro, em Caracas, uma pesquisa abordava as “opções constitucionais” para uma “mudança de regime”, dando como possibilidades a “renúncia do presidente (pedida pelo povo)”, emenda constitucional para recortar o período presidencial, constituinte “para que assuma todos os poderes públicos e destitua as atuais autoridades”, além de referendo revocatório para 2016, desobediência civil e a espera das eleições presidenciais de 2018.
Coletiva de imprensa na qual foi anunciada a campanha "A Saída":
Biografia
Leopoldo López Mendoza nasceu em 29 de abril de 1971, em uma das famílias mais tradicionais e ricas da Venezuela, ligada aos setores alimentício e petroleiro. Na juventude, estudou economia nos EUA, na Kennedy School of Government (KSG) da Universidade de Harvard.
Posteriormente, López trabalhou como analista, assistente e assessor econômico na coordenação e planificação da PDVSA (Petróleos de Venezuela), de 1996 a 1999. Uma acusação de mau uso de recursos públicos na petrolífera e, depois, como prefeito de Chacao, fez com que o político fosse inabilitado politicamente em 2008 pela justiça do país.
Coletiva de imprensa na qual foi anunciada a campanha "A Saída":
Biografia
Leopoldo López Mendoza nasceu em 29 de abril de 1971, em uma das famílias mais tradicionais e ricas da Venezuela, ligada aos setores alimentício e petroleiro. Na juventude, estudou economia nos EUA, na Kennedy School of Government (KSG) da Universidade de Harvard.
Posteriormente, López trabalhou como analista, assistente e assessor econômico na coordenação e planificação da PDVSA (Petróleos de Venezuela), de 1996 a 1999. Uma acusação de mau uso de recursos públicos na petrolífera e, depois, como prefeito de Chacao, fez com que o político fosse inabilitado politicamente em 2008 pela justiça do país.
Leia mais
- Maduro culpa oposição por mortes durante protesto em Caracas
- "Estamos enfrentando um golpe de Estado em desenvolvimento", diz Maduro
- Justiça venezuelana ordena captura de líder opositor e outros dois suspeitos de envolvimento em atos de violência
- Venezuela agradece solidariedade internacional após atos de violência
López, que chegou a se apresentar como pré-candidato presidencial para as eleições de outubro de 2012 e declinou em benefício de Capriles, levou seu caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos, que sentenciou a seu favor em setembro de 2011. No entanto, o Supremo Tribunal de Justiça declarou “inexecutável” a sentença e manteve sua inabilitação para exercer cargos públicos até 2014.
Golpe de 2002
Durante o golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, López – então ligado ao partido Primeiro Justiça – estava na prefeitura de Chacao e foi acusado na época de incitar manifestantes opositores a marcharem em direção ao Palácio de Miraflores, casa presidencial. Nas redondezas, atiradores dispararam contra civis, em um episódio que desatou o golpe.
A violência foi depois manipulada pela imprensa venezuelana e internacional, conforme mostra o documentário “A revolução não será televisionada”, lançado em 2003. Com o sequestro de Chávez, López e outras personalidades da oposição assinaram o famoso “decreto Carmona”, documento que afiançou a dissolução da Assembleia Nacional, do Supremo Tribunal Federal e outros órgãos federais.
De acordo com a jornalista investigativa Eva Golinger, López foi um dos membros da oposição que fez “viagens frequentes a Washington” nos períodos anteriores ao golpe para visitar o IRI (Instituto Republicano Internacional, em português) e se encontrar com figuras da administração de George W. Bush. No entanto, após forte pressão popular e amparado à lealdade de setores das Forças Armadas, Chávez retornou ao governo.
Vídeo mostra manifesto feito por opositores, como López, pedindo a saída de Chávez:
Em dezembro de 2006, alguns anos após a frustrada tentativa de golpe, López rompeu com o Primeiro Justiça e se uniu ao partido Um Novo Tempo. Insatisfeito, ele criou em 2009 um novo movimento chamado Vontade Popular, que posteriormente virou partido politico em 2011.
López diz: "é preciso se sentir orgulhoso do 11 de abril", em referência ao golpe:
Desde então, o Vontade Popular – assim como outros partidos da oposição venezuelana – recebeu financiamento de diversas agências norte-americanas, como a USAID (US Agency for International Development), que planejou acabar com o governo Chávez, de acordo com documentos do Wikileaks, e o NED (National Endowment for Democracy).
No entanto, conforme ressaltava o conselheiro da embaixada norte-americana em Caracas, Robin D. Meyer, o maior desafio é unir as diversas correntes – e egos – dentro do bloco opositor. No documento de 2009, ele contemporiza que, apesar de a personalidade de López o tornar uma barreira para a “unidade”, as “redes sociais” de opositores ao chavismo coletadas pelo Vontade Popular faziam dele “tanto uma necessidade quanto uma ameaça à oposição”.
* Com informações do Venezuelan Analysis, Misión Verdad e Wikileaks
Golpe de 2002
Durante o golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, López – então ligado ao partido Primeiro Justiça – estava na prefeitura de Chacao e foi acusado na época de incitar manifestantes opositores a marcharem em direção ao Palácio de Miraflores, casa presidencial. Nas redondezas, atiradores dispararam contra civis, em um episódio que desatou o golpe.
A violência foi depois manipulada pela imprensa venezuelana e internacional, conforme mostra o documentário “A revolução não será televisionada”, lançado em 2003. Com o sequestro de Chávez, López e outras personalidades da oposição assinaram o famoso “decreto Carmona”, documento que afiançou a dissolução da Assembleia Nacional, do Supremo Tribunal Federal e outros órgãos federais.
De acordo com a jornalista investigativa Eva Golinger, López foi um dos membros da oposição que fez “viagens frequentes a Washington” nos períodos anteriores ao golpe para visitar o IRI (Instituto Republicano Internacional, em português) e se encontrar com figuras da administração de George W. Bush. No entanto, após forte pressão popular e amparado à lealdade de setores das Forças Armadas, Chávez retornou ao governo.
Vídeo mostra manifesto feito por opositores, como López, pedindo a saída de Chávez:
Em dezembro de 2006, alguns anos após a frustrada tentativa de golpe, López rompeu com o Primeiro Justiça e se uniu ao partido Um Novo Tempo. Insatisfeito, ele criou em 2009 um novo movimento chamado Vontade Popular, que posteriormente virou partido politico em 2011.
López diz: "é preciso se sentir orgulhoso do 11 de abril", em referência ao golpe:
Desde então, o Vontade Popular – assim como outros partidos da oposição venezuelana – recebeu financiamento de diversas agências norte-americanas, como a USAID (US Agency for International Development), que planejou acabar com o governo Chávez, de acordo com documentos do Wikileaks, e o NED (National Endowment for Democracy).
No entanto, conforme ressaltava o conselheiro da embaixada norte-americana em Caracas, Robin D. Meyer, o maior desafio é unir as diversas correntes – e egos – dentro do bloco opositor. No documento de 2009, ele contemporiza que, apesar de a personalidade de López o tornar uma barreira para a “unidade”, as “redes sociais” de opositores ao chavismo coletadas pelo Vontade Popular faziam dele “tanto uma necessidade quanto uma ameaça à oposição”.
* Com informações do Venezuelan Analysis, Misión Verdad e Wikileaks
Fonte: OPERA MUNDI
Nenhum comentário:
Postar um comentário