Ator dizia que acreditava nos
homens, e não em divindades
Tido até hoje como o maior ator brasileiro, Paulo Autran (foto) disse em uma entrevista de janeiro de 2007 à "Istoé Gente" que sempre foi ateu. Contou que quando era criança fingia acreditar em Deus. “Acreditava em Deus e em Pai Noel. Hoje, adulto, acredito em Deus como acredito em Papai Noel.”
Era um cético típico: “[Tenho] zero mania, zero superstição, zero crença”.
Aos 85 anos, Paulo Paquet Autran morreu no dia 12 de outubro daquele mesmo ano — ele tinha deixado pedido para que seu corpo fosse cremado. Havia algum tempo que sofria de câncer de pulmão. Era um fumante inveterado.
Nasceu no dia 7 de setembro de 1922 no Rio de Janeiro, mas passou a maior parte de sua vida em São Paulo. Estudou em uma escola católica, no Colégio Marista Arquidiocesano. E se formou em direito no Largo São Francisco em 1945.
Ele atuou em 90 peças (“Otelo”, “Fim de Jogo”, “O Burges Fidalgo” e outros textos clássicos), em novelas (“Gabriela, Cravo e Canela”, “Pai Herói” e “Sassaricando”) e minisséries — todas na TV Globo. Não gostava de televisão. Nem sequer era telespectador.
Em 1999, portanto aos 77 anos, casou-se com a atriz Karin Rodrigues, mas cada um deles ficou morando em seu respectivo apartamento. Comentou-se na época que ele tinha se casado para que suas meias-irmãs não ficassem com sua herança, o que negou. Ele admitiu que, além de Karin, teve outra paixão, a atriz Tânia Carrero, a qual ele considerava a sua melhor amiga.
Em uma época em que famosos evitavam falar de sua descrença, para não desagradar aos fãs, Autran era um ateu assumido.
Em uma entrevista em maio de 2003 à "Istoé", o ator disse ser "totalmente ateu". “Sou materialista e não tenho nada de místico”, afirmou. “A vida é uma só. Mas temos uma imaginação tão deslumbrante que podemos imaginar o que quisermos”.
Dizia não saber qual era a sua missão, mas, de qualquer forma, acreditava nos homens, não em um deus. “O que me dá maior prazer é fazer o bem. Mas não faço para ganhar os céus, porque acabamos quando morremos.”
Com informação de "Istoé Gente" e Wikipédia, entre outras fontes.
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