"Nessas consultas, a conversa com a paciente pode se prolongar e isto pode resultar em terríveis consequências", justifica responsável por medida
Membro da Organização de Grandes Ulemás da Arábia Saudita - instituição de teólogos versados nas leis islâmicas -, Qais al Mubarak proibiu que as mulheres sejam atendidas por médicos homens, à exceção de estarem acompanhadas por um homem da família.
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Cartaz de campanha saudita contra a violência machista lançada em abril de 2013
A "fatwa" (lei islâmica) emitida por Mubarak torna "ilícito que uma mulher mostre seu corpo perante um médico, e o assunto é mais grave no caso da exposição de partes íntimas", de acordo com a publicação do jornal saudita Al-Hayat, nesta quinta-feira (13/02).
Segundo o teólogo muçulmano, a proibição inclui os partos e as intervenções cirúrgicas na região pélvica porque "cobrir as partes íntimas do corpo é um dever religioso". “Nessas consultas ao médico, a sós, a conversa com a paciente pode se prolongar, o que pode resultar em terríveis consequências. Por isso a lei islâmica proibiu tal prática", advertiu o ulemá Mubarak.
Casos de emergência
A mulher pode mostrar estas áreas do corpo ao médico apenas em casos de extrema necessidade e na companhia de um "mahram" (parente próximo como marido, pai ou irmão). Nesses casos de urgência, o médico só deverá examinar a parte do corpo onde se origina a doença, acrescentou Mubarak.
Após a lei entrar em vigor, agentes desse órgão policial entraram em um centro de saúde e impediram que as mulheres fossem atendidas por um especialista homem sem a companhia de um parente, informou o veículo Al-Hayat. Fontes desse centro médico disseram que a medida causou grandes transtornos porque várias pacientes rejeitaram a medida por não terem um parente que possa acompanhá-las a cada consulta.
(*) Com Agência Efe
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