Em momentos de nostalgia, acaba-se reavivando a memória de práticas antigas.
Hoje acudiu-me uma cena da infância, quando meus avós mataram um porco, logo cedo e, no almoço, obviamente, a família reunida, banqueteou-se com as carnes e gorduras do bicho sacrificado.
Minha avó paterna fez um alguidar de pirão de feijão e, depois de riscar triângulos na superfície daquela massa escura, colocou a porção de "conduto" em cima de cada uma daquelas figuras geométricas destinadas a cada um dos netos, os quais, munidos de colheres, atacaram o "manjar".
Quem suscitou a memória de fato tão singelo?
LUIS DA CÂMARA CASCUDO - História da alimentação no Brasil, com o trecho que segue transcrito:
Companheiro provém do cum panis, comer o mesmo pão, alimentar-se juntos.
Aluno, alumnus, de alo, sustentar, criar com o alimento.
O símbolo sagrado da união entre os janízaros era a grande panela comum, kazan.
Comer no mesmo prato, manger à la même écuelle, é confiança, irmandade, fusão.
Que lição espetacular a do grande folclorista nordestino.
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