Na madrugada de quinta para sexta-feira (28) por volta das 00:30h mais um caso bárbaro aconteceu na favela do Jacarezinho, Rio de Janeiro. Um trabalhador que voltava do trabalho foi abordado por policiais que o esfaquearam.
domingo 30 de janeiro | Edição do dia
Entidades de direitos humanos e de notícias das favelas reproduziram a denúncia do trabalhador nos últimos dias. O trabalhador denuncia que os agentes do braço armado do Estado alegaram que o rapaz era um traficante e o feriram com golpes de faca nas costas (como se algo justificasse). O morador, que tem muito medo de represálias, relatou o caso também em redes sociais.
Veja abaixo as revoltantes postagens:
O trabalhador denunciou que não é a primeira vez que é atacado pela polícia na comunidade que já foi palco da maior chacina da história do Rio de Janeiro e agora é alvo do programa “Cidade Integrada” do governador Claudio Castro. Desde que iniciou-se esse programa há mais e mais denúncias de não somente violência física como nesse caso, mas de arrombamento, roubo de casas e esculachos aos moradores. Correm nas redes sociais fotos, como as mostradas nessa matéria de avisos de trabalhadores aos policiais para não invadirem suas casas.
A todo instante acontecem coisas assim, especialmente quando as ações policiais acontecem longe das ações midiáticas do governo. Mães e pais de família que precisam escrever cartas e deixar bilhetes apelando para que não entrem em suas casas e quebrem tudo com a desculpa de combate ao crime. Local de moradia de trabalhadores precários e de maioria negra a polícia não precisa de mandato. Entram, batem, quebram, estupram e assassinam o povo pobre sobretudo negro tudo sob a justificativa de combate ao crime organizado.
O Jacarezinho, palco da maior chacina do estado do Rio de Janeiro, não por coincidência é um dos bairros mais negros do RJ e alvo constante da repressão e sanha assassina do Estado capitalista. Um lugar que o estado está sempre presente através dos pés na porta sem mandato e as balas de fuzil, mas por outro lado tem sua educação, saúde, saneamento cada vez mais precarizados.
Lutamos para que os sindicatos coloquem seus recursos e sua força para dar uma resposta dos trabalhadores à violência do estado, unindo a classe trabalhadora, negros e brancos, estudantes e todos os grupos oprimidos por esse sistema podre.
Como afirmamos em editorial publicado logo após a chacina do ano passado nessa mesma comunidade defendemos o “fim dos “autos de resistência” e punição aos policiais e mandantes, pelo fim dos tribunais militares, pelo fim dos privilégios dos juízes e que todo juiz ganhe igual a um professor e sejam eleitos pelo povo, e pelo fim de todas as tropas especiais como o CORE, BOPE, a Tática e a Força Nacional, que são criadas para massacrar o povo pobre e as lutas. Pelo fim das operações policiais e que todas as famílias despedaçadas pela violência do estado sejam indenizadas. O caminho para obrigar a que o Estado realmente investigue e puna os culpados é a mobilização. No entanto, ao mesmo tempo que devemos seguir exigindo que investigação e punição ao Estado, não podemos deixar que somente este Estado, que tem seus vínculos com a chacina, controle os rumos das investigações. Nossa mobilização tem que impor ao Estado que garanta recursos e todas as condições para a realização de uma investigação independente, disponibilizando materiais, arquivos para organismos de direitos humanos, peritos especialistas comprometidos com a causa, representantes de organismos de direitos humanos, de sindicatos, de movimentos de favelas, etc, que sejam parte da investigação”.
Chega de roubos, esculachos, agressões e assassinatos!
Fonte: Esquerda Diário
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