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A extração de gás de xisto na Europa está perante um obstáculo inesperado. A associação de cervejeiros alemã enviou um requerimento oficial às autoridades da Alemanha. Representantes do ramo temem que a tecnologia usada na extração do combustível influa negativamente sobre a qualidade das águas subterrâneas e, consequentemente, sobre a produção.
O que os cervejeiros alemães temem é a poluição da água, que, inevitavelmente, influirá sobre a qualidade da produção de cereais. Os produtores exigem renunciar até mesmo ao debate do “projeto de lei do xisto”. Serguei Pikin, diretor do Fundo de Desenvolvimento Energético comenta:
"A liberação do gás das rochas de xisto é feita por meio do uso de diferentes substâncias químicas. A própria fórmula dessas substâncias químicas é um know-how daqueles que extraem o gás, segredo que eles não divulgam. Existe o perigo de mudança substancial da situação ecológica. Por isso, não querendo aceitar tais riscos, muitos países proíbem a extração.”
Agora, os trabalhos de prospecção e exploração do gás de xisto estão suspensos na Alemanha, até que sejam pesquisados todos os aspectos ecológicos. A França, Itália, Áustria e Dinamarca são adversários ativos do gás de xisto. A Holanda e Luxemburgo desistiram de escavar poços. Na república Tcheca e Bulgária vigoram moratórias para a extração. Ao mesmo tempo a Polônia, Romênia, Ucrânia e Lituânia depositam grandes esperanças no gás de xisto. É verdade que a população das regiões onde se planeja a extração do gás de xisto com frequência não compartilha do entusiasmo das autoridades. Já ocorreram protestos na Ucrânia e na Romênia. Rustam Tankaev, destacado especialista da União de Produtores de Petróleo e Gás da Rússia, comenta:
“A situação depende dos governos e da atividade política da população. Eu não acho que na Europa, densamente povoada, com população bastante ativa, alguém irá tolerar um terremoto, ainda que não muito intenso. Por isso eu suponho que no território da Europa não ocorrerá grande extração do gás de xisto.”
Os EUA acumularam grande experiência na extração do gás de xisto. Lá isto levou à redução dos preços do gás e tornou o país independente de fornecimentos estrangeiros. Mas isto é economia. Somente dentro de alguns anos compreenderão quais serão as conseqüências para o ambiente – diz Serguei Pikin, do Fundo de Desenvolvimento Energético.
“As consequências da extração de gás de xisto, que já existem no território dos EUA, mostram que ocorrem fortes mudanças na natureza. Sobretudo isto se refere à agricultura. Em essência, parte do território torna-se deserto. Agora nós vemos apenas a ponta do iceberg, mas ela já permite falar que existem riscos substanciais para a ecologia do país”.
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