A Polícia Federal prendeu um servidor da Receita e três contadores suspeitos de montar um esquema para fraudar declarações de imposto de renda de pessoa física (IRPF), em operação deflagrada nesta quinta-feira (16) em conjunto ao Fisco.
O valor total envolvido pode superar R$ 100 milhões e envolver até 2.000 contribuintes e 5.000 declarações entregues entre 2010 e 2012.
De acordo com o delegado da PF Rodrigo Sanfurgo, o esquema era feito por escritórios e contadores autônomos que mantinham contato com o auditor fiscal, que passava informações para a elaboração das declarações e evitava que os documentos caíssem na malha fina do Fisco.
O auditor, com cerca de 15 anos de carreira na Receita, trabalha no setor de malha fina da delegacia de fiscalização da Receita em São Paulo. Segundo o corregedor-geral do órgão, Antonio Costa Carvalho, a Receita entrará com processo administrativo e o servidor será exonerado.
Divulgação/Polícia Federal
Operação conjunta da Receita Federal e da Polícia Federal encontra dinheiro em espécie em casa de auditor fiscal
Carvalho também disse que o fiscal é suspeito de elaborar declarações de IR de terceiros. Em uma de suas residências na zona oeste de São Paulo, foram encontrados R$ 290 em espécie e cheques com valor de R$ 60 mil.
"Bastava ver que seu patrimônio, com alguns bens inclusive em nome de terceiros, era totalmente incompatível com seus rendimentos", disse Carvalho.
A denúncia, que partiu de dentro da própria Receita, foi feita há cerca de quatro meses. Em uma análise preliminar, o Fisco identificou uma série de declarações que tiveram restituições com valores suspeitos.
A maior parte dos contribuintes envolvidos são profissionais liberais com altos rendimentos, principalmente médicos, dentistas e advogados. A Receita diz que vai revisar todas as declarações envolvidas e aplicar multas e juros aos contribuintes com declarações fraudulentas.
Segundo o delegado da PF, o auditor fiscal responderá por crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
No caso dos contadores, os crimes se configuram como de corrupção ativa. Eles também vão responder por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A operação Publicano envolveu 28 servidores da PF e 12 da Receita Federal.
Fonte: FOLHA DE SP
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