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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Relacionamento (mais que) terapêutico

Há, ainda, a possibilidade de "pacientes" bastante articulados,  manipuladores, inverterem o jogo, isto é, dominarem os profissionais e os conquistarem, quando os terapeutas também estiverem enfrentando problemas pessoais (o que não é incomum) e passando por momentos de fragilidade.




Saiu semana passada no portal G1:



Psicólogo australiano tem registro suspenso por fazer sexo com esposa


O psicólogo Mike Marriott, de 58 anos, de Burnie, na Tasmânia (Austrália), teve o registro suspenso por seis meses após ser considerado culpado de falta profissional por ter mantido relações sexuais com sua esposa, segundo reportagem do jornal "The Advocate". 

Marriott se casou com uma ex-paciente em 2001, mas o casal se separou em 2004. Em junho de 2007, a ex-mulher Christine Raeburn apresentou uma queixa contra o psicólogo, porque ele não respeitou o código de conduta profissional. 

Segundo o código, os profissionais da área não podem manter relações sexuais com ex-pacientes no prazo de dois anos após o fim do relacionamento profissional. Eles se casaram em março de 2001, mas a última consulta tinha sido realizada em junho de 1999. Em uma audiência, segundo o jornal "Mercury", Marriott confessou ser culpado de má conduta profissional. O advogado Bill Ayliffe disse que seu cliente não poderia negar que tinha violado o código porque ele claramente fez sexo com a ex-esposa antes do período de dois anos. No entanto o advogado de Marriott entrou com um recurso contra a decisão do conselho de proibi-lo de exercer a profissão por seis meses. Bill Ayliffe destacou que o conselho deveria ter retirado as acusações contra seu cliente, já que o código só entrou em vigor em 2003.


No Brasil, o Código de Ética Profissional do Psicólogo não é tão específico quanto o australiano no que diz respeito ao envolvimento afetivo-sexual do(a) profissional com um(a) cliente/paciente. Nem estipula nenhum prazo após o fim da relação profissional, quando estariam livres para se relacionar não-profissionalmente. O VII Princípio Fundamental do Código de Ética afirma que "o psicólogo considerará as relações de poder no contexto que atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste código". 

Como os psicanalistas já discutem há bastante tempo, certamente há uma desigualdade de poder, pelo menos inicial, em um envolvimento afetivo de um(a) terapeuta com um(a) paciente. Mais adiante, o Código afirma que é responsabilidade do psicólogo "e) estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos do usuário ou beneficiário dos serviços de psicologia". E repeitar o usuário deve significar não dar em cima dele, porém isto não está escrito em nenhum lugar. O único momento em que o Código de Ética é minimamente claro com relação à esta questão é quando afirma que é vedado ao psicólogo: "j) estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado". E é só...

OBS: a imagem acima é de uma cena do interessante filme Jornada da Alma, que, segundo o site Adoro Cinema, conta a história real de Sabina, "uma jovem russa de 19 anos que sofre de histeria, [e que] recebe tratamento em um hospital psiquiátrico de Zurique, na Suíça. Seu médico, o jovem Carl Gustav Jung, aproveita o caso para aplicar pela primeira vez as teorias do mestre Sigmund Freud. A cura de Sabina vem acompanhada de um relacionamento amoroso com Jung" (saiba mais sobre este caso aqui). É o único filme que me lembro que aborda, como tema central, o envolvimento afetivo de um terapeuta com uma paciente. Apesar de estar no imaginário coletivo, este tipo de relacionamento não é muito retratado no cinema. Pelo menos não que eu saiba...



às 09:27

3 comentários:

  1. Tem muitos filmes que falam disso sim, Mr Jones é um deles.
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  2. Acho ridículo isso! É tatar as pessoas como se fossem robôs! Aff.. cada uma!!
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