MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO
As manifestações nas ruas do país e, principalmente, do Rio levaram os responsáveis pela segurança da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a discutir mudanças na agenda do papa Francisco.
O pontífice chega ao Rio no dia 22 de julho. A Folha apurou que o tema foi debatido em duas reuniões nesta semana na cidade.
Uma delas envolveu todo o pessoal da área de inteligência dos governos estadual e federal, além das Forças Armadas. Todos temem que o momento possa ser aproveitado por algum grupo para um ato contra o papa.
No Rio, os órgãos de inteligência detectaram que grupos radicais e traficantes se infiltrariam entre os manifestantes para criar pânico.
Marcelo Sayão-2.jul.2013/Efe
Homens trabalham na montagem de palco na praia de Copacabana, no Rio, onde o papa Francisco fará missa durante Jornada
Além da preocupação dos responsáveis em evitar que isso aconteça, o receio ainda maior é que, caso haja algum problema, o papa fique em uma situação de risco.
A discussão principal foi se vale a pena manter a agenda diante dos atos ocorridos na Copa das Confederações. O consenso foi que sim, pelo pouco tempo para qualquer mudança até o dia 22, mas serão necessários ajustes.
O principal deles é na visita do papa à favela de Varginha, em Manguinhos, zona norte da cidade. A ideia é reduzir o tempo de permanência de Francisco no local e restringir sua caminhada.
A ida do pontífice ao Theatro Municipal para um encontro com políticos, empresários, artistas e representantes de outras religiões marcada para o sábado, dia 27, também está em discussão.
O encontro está previsto para depois de uma missa na catedral metropolitana, a cerca de 650 m do teatro. O trajeto seria feito de carro, mas os responsáveis pela segurança querem evitar que o papa faça percursos desse tipo.
As Forças Armadas informaram que o planejamento está mantido, mas, segundo o coronel Alberto Corrêa, da 1ª Divisão do Exército, serão feitos "pequenos ajustes".
Um desses ajustes é a designação de um general para cuidar do palco onde ficará o papa em Guaratiba, na zona oeste do Rio. No palco, o papa ficará isolado. Nessa área restrita, militares de terno acompanharão o pontífice.
Em meio a essas discussões, chegam ao Rio hoje a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora. Até o dia 22, os dois símbolos da jornada passarão por 131 pontos do município, incluindo Pão de Açúcar e Cristo Redentor.
Fonte: FOLHA DE SP
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