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quinta-feira, 4 de julho de 2013

UM HIPÓCRITA ASSUME O GOVERNO DO EGITO, APÓS MAIS UMA QUARTELADA

Todo aquele que, numa República,  jura por um hipotético "deus todo poderoso", não passa de um hipócrita.

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Adly Mansour faz o juramento como presidente interino do Egito

PRIMAVERA ÁRABE


Presidente interino do Egito faz juramento e toma posse do cargo

"Juro por Deus todo-poderoso defender o sistema republicano e respeitar a Constituição e a lei, atender ao povo e proteger a independência nacional e a integridade territorial", disse Adly Mansour


04/07/2013 | 07:38 | GAZETA DO POVO, COM INFORMAÇÕES DA EFE atualizado em 04/07/2013 às 08:35


O novo presidente interino do Egito, Adly Mansour, jurou nesta quinta-feira (4) seu cargo diante da assembleia geral do Tribunal Constitucional Supremo, órgão do qual até hoje era presidente.

Cronologia:

Gazeta do Povo, com agências


11 de fevereiro de 2011 - Manifestações pedindo a saída do ditador Hosni Mubarak tomavam as ruas do Egito. Ele renunciou à Presidência e passou o poder ao Exército. Mubarak encerrou três décadas de governo autocrático.


22 de novembro de 2011 - O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito marcou novas eleições para junho de 2012.


23 de junho de 2012 - Mohammed Mursi vence a eleição no Egito. O candidato da Irmandade Muçulmana derrotou o opositor vinculado ao ditador Hosni Mubarak. Mursi havia sido o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito.


22 de novembro de 2012 - Mursi promulga decretos que lhe davam "superpoderes" e impedem o Judiciário de interferir em decisões do Executivo.


26 de dezembro de 2012 - Nova Constituição do Egito foi aprovada. O projeto causou polêmica no país. Mursi era acusado pela oposição de forçar a “islamização” do Egito.


28 de janeiro de 2013 - Egito registra sucessivasondas de protestos. Em janeiro, 49 pessoas morreram durante os protestos. Mursi decretou estado de emergência. Manifestantes afirmavam que o objetivo dos atos era derrubar o regime que era gerido pela Irmandade Muçulmana.


29 de junho de 2013 - Manifestações contra Mursivoltaram a se intensificar no Egito.


01 de julho de 2013 - Exército deu 48h para políticos entrarem em acordo no Egito.


03 de julho de 2013 - Mursi é deposto pelo Exércitoe Constituição é suspensa.


Golpe

Gazeta do Povo, com agências

O Exército do Egito havia estabelecido, na segunda-feira (1º), um ultimato de 48 horas para que Mursi apaziguasse os protestos.

O prazo dos militares foi encerrado às 17h (12h, em Brasília), e as horas seguintes foram de ansiedade e incerteza nas ruas do Cairo.

De acordo com relatos, Mursi foi avisado pelas Forças Armadas por volta das 19h do horário local (14h, em Brasília) de que não ocupava mais o cargo.

Às 21h (horário local), Abdul Fatah al-Sisi, chefe do Exército, anunciou a deposição e apresentou os próximos passos políticos a serem tomados no país. Seu discurso foi encoberto, nas ruas, pelo clamor popular e os fogos de artifício que tomaram o céu.

"Juro por Deus todo-poderoso defender o sistema republicano e respeitar a Constituição e a lei, atender ao povo e proteger a independência nacional e a integridade territorial", disse.


Mansour foi designado ontem novo chefe de Estado pelas Forças Armadas, após o golpe militar que depôs Mohammed Mursi, eleito há um ano nas primeiras eleições presidenciais democráticas do país.

O governante disse que assume o poder "com grande honra e durante um período interino", até a realização das eleições presidenciais "em um futuro próximo", que ele mesmo deverá convocar e supervisionar.

"A revolução de 30 de junho corrigiu a revolução de 25 de janeiro de 2011 (que derrubou Hosni Mubarak)", considerou Mansour. O novo presidente disse ainda que as novas manifestações no país, que reuniram milhares de pessoas, significou "a reunificação do povo egípcio sem divisões".

O líder alertou que não se deve venerar um governante nem um tirano, por isso pediu que os egípcios fiquem alertas.

Mansour recebeu a maior ovação dos presentes ao ato quando agradeceu o papel na crise das Forças Armadas, "que são a consciência desta nação e a fortaleza para protegê-la".

O país vive uma turbulência. O número de mortos nos confrontos após a deposição de Mursi subiu para 10 nesta quinta-feira.

Promotoria ordena detenção dos líderes da Irmandade Muçulmana

O Ministério Público do Egito ordenou nesta quinta-feira a detenção dos principais líderes da Irmandade Muçulmana, acusados de instigar o assassinato de manifestantes que protestavam de maneira pacífica contra o presidente deposto Mohammed Mursi.

Segundo a agência oficial Mena, o promotor Ahmed Ezzeldin disse que foi comprovado a veracidade dos depoimentos que indicam que o guia espiritual da Irmandade, Mohammed Badia, e seu braço-direito, Jairat al Shater, incitaram o assassinato de manifestantes que protestavam em frente à sede do grupo no Cairo.

Mursi continua com paradeiro desconhecido de forma oficial, embora uma fonte da Irmandade Muçulmana disse hoje que ele se separou de sua equipe presidencial e foi levado para o Ministério da Defesa, onde está retido.

As forças de segurança começaram na quarta-feira (3) à noite a prender dirigentes da Irmandade Muçulmana, como o presidente do braço político do grupo, o Partido Liberdade e Justiça (PLJ), Saad Katatni.

O segundo líder espiritual das Irmandade, Mohammed Rachad Bayumi, também foi detido e levado junto com Katani para uma prisão nos arredores do Cairo, segundo a agência "Mena".

As Forças Armadas egípcias depuseram Mursi na terça, eleito presidente há um ano, e designaram como líder interino do país o presidente do Tribunal Constitucional Supremo, Adly Mansour, que deverá convocar e supervisionar as próximas eleições presidenciais.

Fonte: GAZETA DO POVO

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