Estou pronto a chorar com o senhor os filhos dos reis, contando que o senhor chore comigo, os filhos do povo! - Fala de uma personagem de Victor Hugo na obra Os miseráveis.
Quando as misérias sociais atingiam apenas os filhos dos pobres, a grita da mídia, dos governos, dos médicos, do Ministério Público, do Judiciário, era quase nenhuma.
Porém quando a desgraça, personificada nesta virose fantástica, passou a atingir também a alguns ricos e a classe média, aos estudados e cultos, aos formadores de opinião, virou um berreiro só.
Um ser ínfimo, o corona vírus, mostrando à humanidade que as diferenças, das quais tantos tolos orgulham-se, nada significam diante da morte.
O corona não poupa arianos, judeus, negros, amarelos, vermelhos, brancos, plebeus ou de sangue "azul", endinheirados ou miseráveis, cultos ou ignorantes, machos, fêmeas ou andróginos.
Ele é o martelo impiedoso e qualquer um de nós pode virar farelo se tivermos alguma deficiência orgânica.
Portanto, esqueçamos as veleidades, o orgulho, as supostas diferenças: irmanemo-nos para resistir ao flagelo, sejamos crianças, jovens, adultos ou velhos, homens ou mulheres, de qualquer condição social e econômica. Nesta guerra, ninguém poderá dar-se ao luxo de proclamar-se independente, dispensando a ajuda alheia, por mais singela que possa parecer.
Unamo-nos para chorar, inevitavelmente, tanto o passamento de membros das famílias de elite, quanto de burgueses, ou da predominante gente mais simples.
Festejar a má sorte alheia, seja lá quem for, e a dor dos seus parentes, é um sentimento mesquinho, indigno de qualquer ser humano.
Festejar a má sorte alheia, seja lá quem for, e a dor dos seus parentes, é um sentimento mesquinho, indigno de qualquer ser humano.
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