Em Marginália, escreveu o festejado escritor:
Por estas e outras eu sou completamente avesso a negócios de política, porque não acredito nela e muito menos nos políticos. Ultimamente, entre nós houve uma barulheira política que quase sacudiu o pais. Pus-me de parte e tive razão. Não havia nessa agitação nada de ideal, de superior. Só admito que se morra em matéria de política quando se o faça por uma idéia que interesse um grande grupo humano. No caso não havia isto e eu, aqui e ali, levei-o de troça. E outra atitude ele não merecia. Não sei os pródromos de semelhante barulheira, mas eles devem ser muito baixos e vagabundos. A verdade, porém, é que o observador imparcial logo concluiu que nenhum dos grupos que se digladiavam falava a verdade. A questão versava sobre uma falsificação de cartas, atribuídas ao Sr. Artur Bernardes, atualmente eleito presidente da República. Tais cartas continham insultos ao Exército e os adversários do Sr. Bernardes excitaram os brios da força armada contra ele, baseados nas referidas missivas. O intuito dos opositores à candidatura do Sr. Bernardes era mover o Exército contra esta, vetá-la e, caso fosse possível, impedir a posse do mesmo senhor pela força.
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