Publicado por Caique Lima
- 5 de novembro de 2021
Deltan Dallagnol.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Para membros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e da Procuradoria-Geral da República (PGR), Deltan Dallagnol precisará admitir “culpa” para deixar a Procuradoria. Membros do MP que têm processo disciplinar pendente não podem se candidatar imediatamente, segundo a lei.
O ex-coordenador da Lava Jato tem um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra punição recebida em 2019. Para se candidatar, portanto, terá de aceitar a sanção e admitir seu erro. Caso contrário, o processo continuará em aberto. A informação é do Estadão.
O CNMP decidiu punir o procurador com advertência por ter dito que ministros da Corte eram lenientes com a corrupção. Em 2018, em entrevista à rádio CBN, ele afirmou que os magistrados agem em “panelinha”.
Membros dos órgãos avaliam que Dallagnol não fará falta no MP por ter dificuldades em lidar com princípios como impessoalidade, unidade institucional e respeito ao devido processo legal.
Outros membros do MP avaliam que o procurador será uma pedra no sapato de Augusto Aras. Se eleito senador, tomará posse em janeiro de 2023 e o mandato do PGR acaba em setembro do mesmo ano. A gestão do atual procurador-geral foi decisiva para a decisão de Dallagnol.
Para Ubiratan Cazetta, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a decisão de Dallagnol é preocupante. “Não é bom para o MP qualquer relação que possa parecer político-partidária. A Lava Jato caiu nesse campo na visão de seus críticos. A imagem foi reforçada quando Moro saiu da magistratura e entrou no Executivo e será reavivada agora com Deltan. É algo injusto”, afirma.
Fonte: DCM
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