Operação caiu em desgraça após o ex-juiz Sergio Moro, arauto da LJ, ser considerado suspeito pelo STF
Por Marcelo Hailer 1 nov 2021 - 11:33
Sergio Moro em evento na Polícia Federal (Foto: Ministério da Justiça)
No auge da Operação Lava Jato, servidores da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) tinham orgulho de ressaltar “os feitos” da operação. Mas, parece que a coisa mudou de figura.
Após sete anos de existência, autoridades do Paraná, que deflagaram na semana passada mandados de busca e apreensão ligados às investigações da Lava Jato, não associaram tais ações a referida operação, ou seja, esconderam o nome “Lava Jato”.
“A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (21/10), a Operação Laissex Faire, Laissez Passer. Cerca de 10 policiais federais cumprem em Niterói/RJ dois mandados de busca e apreensão expedidos pela 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba/PR no bojo do complexo de investigações que apuram crimes contra a Petrobras”, disse a nota da PF divulgada à imprensa.
Segundo informações da Folha, os documentos a operação, ao invés de deixarem claro que se trata da 82ª Operação Lava Jato, a citam como “OP. LJ”, ou seja, “Operação Lava Jato”.
Por sua vez, os documentos do Ministério Público Federal apontaram que quem trabalhava no caso em questão era “o grupo de trabalho Lava Jato”.
Como justificativa, a Procuradoria no Paraná afirmou que a nova nomenclatura se dá por critérios de ligação com o núcleo originalmente alvo da operação, diferenciação que não existia antes.
Juiz suspeito
A Operação Lava Jato caiu em desgraça quando o então juiz Sergio Moro foi considerado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nas ações que envolviam o ex-presidente Lula.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, se juntou a Marco Aurélio Mello, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso na defesa do ex-juiz Sergio Moro no julgamento que decidiu pela manutenção da suspeição do ex-magistrado por quebra de imparcialidade na atuação de processos contra o ex-presidente Lula. Apesar dos votos de Fux e Marco Aurélio, o grupo lavajatista terminou derrotado por 7×4.
Com o fim do julgamento, fica formalmente reconhecido pelo STF que o ex-juiz Sergio Moro atuou de forma parcial no julgamento das denúncias apresentadas contra o ex-presidente Lula no âmbito do processo do Triplex do Guarujá, da Operação Lava Jato. A suspeição impacta na nulidade de todo o processo, desde a coleta de provas até a decisão final.
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