A desconfiança que existe em relação aos partidos políticos e o desgaste consequente, que é quase geral, remonta já aos tempos da República de Weimar, como noticia HANNA ARENDT (Origens do totalitarismo, p. 283).
Qual a razão desta pequena introdução?
Vendo a tentativa infrutífera de Bolsonaro e seus adeptos de organizar a sua "Aliança" e iniciativa exitosa, mais recente, dos integrantes do "Centrão" de criar a União Brasil, fusão do DEM (que já buscava divorciar-se da má fama dos partidos) com o PSL, um falso partido socialista e liberal, foi que fiz a introdução a esta postagem.
Em seguida, surgiu a ideia de Frente de Esquerda, assim como de Federação, termo que sinaliza, não sei se propositadamente, alguma ligação com movimentos classistas.
Dos escritos de ARENDT, suso-citados, colho os seguintes excertos:
A invenção decisiva dos movimentos de unificação (fácil notar a mesma raiz de união), portanto, não foi o alegarem estar fora e acima do sistema partidário, mas sim o fato de se chamarem "movimentos", sua própria denominação refletindo a profunda desconfiança dos partidos, tão correntes na Europa desde os fins do século XIX que, nos dias da República de Weimar, "cada novo grupo achava que a melhor maneira de se legitimar e apelar às massas era insistir em que não era um "partido" e sim um "movimento".
Em nota de rodapé (78), a festejada autora referiu SIGMUND NEUMANN, Die deutschen Parteien (os partidos alemães), obra publicada em 1932.
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