Lula não é nenhum intelectual brilhante, mas tem experiência de vida, a começar pelas negociações entre classes tradicionalmente adversárias (grandes corporações multinacionais, de um lado e os sindicatos de metalúrgicos de outro, "os inimigos", como dizia Gorki), vale dizer, patrões e empregados. Depois, eleito e reeleito presidente, obviamente, acumulou bagagem administrativa, toda uma sabedoria necessária para lidar com o Legislativo (notadamente com o Centrão), além de saber interagir com outras lideranças de importância mundial, capacidade que nenhum outro dos candidatos abaixo elencados pode exibir. Não bastassem tais qualidades, mostrou preocupar-se com as classes menos favorecidas, promovendo a recuperação do poder de compra dos salários, implementando programas de moradia popular, reforma agrária e educação (centenas de Universidades e institutos técnicos ele criou), de modo que o povo das camadas inferiores da pirâmide sente imensa saudade dos seus governos. E nenhum dos bancos ou empresas privadas correu do país nos seus mandatos, ao contrário do que aconteceu com diversos grupos econômicos poderosos que, nos governos pós-golpe de 2016, migraram para outros países.
O Judiciário conseguiu afastá-lo da disputa com Bolsonaro, valendo-se de simulacros de processos (no conjunto, um verdadeiro assédio inquisitorial), onde se viu até condenação por "ato ilícito indeterminado", algo bem pior do que "domínio do fato", teorias esdrúxulas, totalmente incondizentes com os princípios democráticos da ampla defesa e do contraditório.
Se Lula, como dizem radicais bolsonaristas nazifascistas, é "ladrão" - não tendo sido absolvido, quanto ao mérito, das ações contra ele propostas - e só foi incensado pelo STF, como Zé Dirceu (a quem se acusa de deter segredos escabrosos sobre ministros da Corte Suprema) e também porque Sérgio Moro mostrou-se visivelmente parcial, junto com o trio do TRF4 (que confirmava suas estapafúrdias decisões, assim como certos ministros do STJ) -, deveriam as denúncias propostas ter apontado objetivamente, e com respaldo em prova concreta,- não em meras presunções - os delitos praticados.
Pode-se dizer que, aqueles que - apesar da devassa que fizeram, em todos os "escaninhos" da família Lula da Silva, não encontrando nada que pudessem expor como prova cabal dos supostos "roubos" do ex-presidente ou de seus filhos -, insistem em afirmar que ele é ladrão, corresponde isso a acusar de incompetentes a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Abin, os órgãos de espionagem norte-americanos, dentre outros bisbilhoteiros da Europa Ocidental, "anticomunistas" ferrenhos. Nada de todo o acervo que vasculharam, viraram e reviraram, serviu como adminículo que se pudesse trazer ao conhecimento público e bradar: "está aqui a prova irrefutável da ladroagem".
Não é demasiado lembrar que nenhum político brasileiro teve a própria vida, assim como a dos seus familiares, tão minudentemente devassada, quanto Luiz Inácio Lula da Silva. Acusações fantasiosas surgiram em borbotões, mas nada ficou convincentemente provado.
Bom lembrar, ainda, que, Lula está agora a processar Eduardo Bolsonaro (o mal sucedido vendedor de hot-dogs nos States), ante a acusação atinente ao suposto patrimônio de Marisa, a ex-primeira dama, pinçada do Inventário, de modo leviano. Confundiu-se milhares com milhões de reais e alardeou-se publicamente tal fantasiosa fortuna, fazendo-se o povo crer que Lula usava dona Marisa para ocultar riqueza.
Todos os meios, lícitos e ilícitos, foram manejados contra os Silva, à cata de indícios de corrupção, mas nada de concreto aflorou. São citadas "delações premiadas", essa abominável forma de acusar alguém (viciada ab ovo, por uma coação indisfarçável contra quem se propõe alcaguetar), como evidências da "ladroagem". Todavia, se o ministro da Fazenda, colocado na posição de delator, por exemplo, admitiu que roubou e até devolveu valores à Fazenda, nada se provou quanto à participação de Lula na suposta rapina pelor outro confessada.
Todo réu que se propõe delatar, induvidosamente, já foi "espremido", ameaçado, no mínimo, com penas supostamente graves e irreversíveis, de tal modo que arquiteta mil malabarismos para validar as informações que aparentemente detém e que servirá para incriminar outrem. A negociação que envolve a delação não passa de asquerosa tortura psicológica, somada à possibilidade de obter alguma vantagem. O delator em potencial está sempre colocado na condição de cordeiro, prestes a ser imolado, sem a mínima condição psicológica de resistir às propostas indecentes do Ministério Público, ou de um juiz mal intencionado, que age em conluio com os membros do Ministério Público. Forma-se uma quadrilha de acusadores, composta por Procuradores (ou Promotores) e magistrado, arquitetando-se os meios de condenar o imputado, a qualquer peço.
Os membros do Ministério Público, nos casos da Lavajato, interagiram com o Ministério Público dos EUA (nação useira e vezeira em patrocinar golpes em outros países). Sérgio Moro viajava, quase todo mês, à metrópole ianque, para receber orientação e/ou prestar contas dos atos que lhe encomendaram e essa tropa do mal conseguiu colocar no trono o bestunto que nem o Exército, por mais fascista que pareça, suportou, tendo-o expulsado de suas fileiras. Colocaram Lula atrás das grades, numa operação de condução coercitiva espetaculosa, mas não o dobraram. Ele amargou o cárcere e saiu de lá com energia suficiente para relançar sua própria candidatura.
Bolsonaro não passa de um mau caráter e, sobretudo de um indigente intelectual, que se compraz em arquitetar apenas escandalosas mentiras e arrotar bravatas, além, é claro de ter um passado nebuloso, envolvido em aparente comilança, até de parte dos ganhos dos seus assessores, enquanto foi deputado, exemplo que seus filhos seguiram, com as famosas "rachadinhas", das quais existem provas abundantes. É um indivíduo tão baixo, que até notas fiscais de gasolina falsificou quando deputado federal. Existe prova documental de tal procedimento e foi exibida fartamente.
Então, acreditar que se trata de um "mito", probo, incapaz de roubar, não faz o menor sentido. Sua esposa (cujo passado é de traficante de drogas ilícitas) ganhou, mais recentemente, o epíteto de "Micheque", não tendo a "familícia" conseguido explicar a origem de uma cártula de R$ 89.000,00. Até um amigo (Queiroz), "vendedor de automóveis", entrou na maracutaia. Não bastasse o que já foi dito, a famÍlia ostenta um patrimônio de mais de 30 imóveis e o senador Flávio Bolsonaro (o vendedor de chocolates), bem recentemente, comprou uma mansão de 6 milhões. É o que aparece oficialmente.
Afora tais peculiaridades do "capetão", seu governo, seguindo em boa parte a receita de Temer (que até foi chamado a socorrer o mito num conflito com Alexandre de Moraes, do STF), prima pela supressão de políticas sociais implementadas em governos anteriores, atingindo seriamente as populações carentes, além de desprestigiar a cultura e a educação, preferindo apoiar os engodos religiosos prenhes de falsa moralidade, os quais vitimam milhões de pessoas que são levadas à condição de iludidas e exploradas por credos das mais diversas tendências, mas sobretudo, evangélicas.
Sérgio Moro, embora tenha sido magistrado durante mais de 20 anos, também padece de séria indigência intelectual, além de ser portador de notória tendência para a traição do país (por encomenda dos ianques, aos quais vivia prestando contas enquanto juiz e como Ministro da Justiça) e de falta de escrúpulos, como revelou no caso do doleiro Alberto Youssef, ao qual tratou de maneira branda, embora contra tal indivíduo não faltassem robustas provas.
O STF incumbiu-se de evidenciar a sua total falta de escrúpulos e, como antevia tal desfecho, pelas práticas nefastas adotadas durante os processos que conduziu, cuidou de pedir a própria exoneração dos quadros da magistratura federal. Tendo participado do desgoverno Bolsonaro e padecido desgaste assustador na sua imagem de bom moço da Lavajato, percebendo a arapuca em que se metera, cuidou de dar o fora e saiu batendo, a exemplo, do general Santos Cruz e tantos outros da cúpula militar, que perceberam a imprudência de ombrear com o mentiroso, desbocado, desonesto e intriguento que ocupa a presidência.
Se não conseguir eleger-se - seja para presidente, senador, ou deputado federal -, o "marreco de Londrina" estará exposto a muitos processos, possibilidade contra a qual corre desesperadamente em busca de imunidade. Membros do Ministério Público, que ele parecia coordenar, já foram punidos, inclusive com expulsão do serviço público, pelo CNMP, sinal inequívoco de que a parceria entre Moro e eles foi nefasta, ilegal, imoral e desonrosa para as instituições onde atuaram.
Ciro Gomes, aparentemente o mais preparado de todos, do ponto de vista intelectual, e que possui também boa experiência administrativa, além de formação jurídica, não consegue, porque também bravateiro e boquirroto, desfazer a imagem de "coronel" que o povo tem dele. Justamente por valer-se de sua capacidade de argumentar com fatos e números, valendo-se de sua prodigiosa memória, incute certo medo nas massas, as quais simpatizam com populistas como Lula e Bolsonaro (o falso farofeiro). Sua candidatura "não decola" e não irá "emplacar", ao que tudo indica.
Expoentes da direita (que, iludida por Bolsonaro, posicionou-se, durante muito tempo, contra o PT), estão a manifestar-se a favor de Lula (assim o fez a herdeira do Itaú, dentre outros expoentes das finanças) como o "menor dos males" para o país e para o capitalismo, rindo dos que rotulam o petista como comunista. Parece que perceberam o engodo Bolsonaro, também não digerem os rompantes de Ciro e não confiam, nem um pouco, em Sérgio Moro.
Então, penso que teremos mesmo mais uma vitória de Lula nas urnas, sendo possível antever, obviamente, o velho discurso de Bolsonaro, de inspiração "trumpista", de que foi roubado nas urnas.
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