Apesar das comentadas mudanças climáticas, penso que o Brasil ainda é detentor dos ares mais temperados e amenos que em qualquer outra região conhecida, como disse Américo Vespúcio, em uma de suas cartas sobre o mundo novo.
E aí torna-se inevitável lembrar que as queimadas, aqui pelo sul (destaque para a Ilha de SC) diminuíram muito e que um dos responsáveis por isso foi o Turismo, eis que aqueles que viviam da agricultura de subsistência, em Ratones, por exemplo e que, em todo inverno (quando o capim melado estava esturricado) pregavam fogo à mata (as labaredas lambiam as encostas e topos de morro, impiedosamente), deixaram de fazê-lo, tendo sido atraídos para labores praianos mais rentáveis e menos sacrificados, a saber: jardineiros, faxineiras, vigilantes, porteiros de condomínios, ambulantes em praias, etc...
Obviamente, também a ação que órgãos de fiscalização ambiental (os quais agem por exigência constitucional, que assegura a todos os cidadãos meio-ambiente saudável - art. 225) deram e continuam dando, é uma contribuição inestimável, da maior relevância, para a contenção do desmatamento e da poluição, assim como para a regeneração das fontes de água, detalhes que contribuem, decisivamente, para o frescor dessa nossa amada terra.
Só não temos um clima mais ameno e agradável aqui na região, porque a construção civil aumentou muito e as vias de acesso entre bairos e em direção às praias foram asfaltadas, eis que tais itens da vida moderna dão suas parcelas de contribuição significativa para o aumento da temperatura. Ademais, o turismo e o desenvolvimento dos balneários provocou a circulação de automóveis e eles trazem inquestionável poluição e degradação ambiental.
Por isso não é mais uma carcterística da nossa ilha e adjacências aquele quadro descrito pelo já referido VESPÚCIO: [...] E por certo que se o paraíso terreal existe em alguma parte da terra, creio que não deve ser longe destes países; ficando situado ao meio-dia, com ares tão temperados, que nem no inverno gela, nem no verão faz calor [...]
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