O medo mais intenso que se pode ter é daquilo (ou daquele) cujas caracteristicas não se conhece à exaustão, de sorte a se poder esboçar qualquer defesa.
O medo é a sorte das religiões. Sem ele sequer existiriam.
Prega-se a existência de um deus e de um demônio, cujas configurações são toalmente confusas, meramente presumidas e incertas, mesmo que se dê crédito aos incontáveis livros sagrados e malditos já escritos.
Atribui-se a deus e ao diabo as mais disparatadas características e, mesmo assim, por temor de se mostrar descrentes, ou mesmo duvidantes, os fiéis preferem mostrar-se crentes e proclamar sua fé e medo do Supremo.
A religião colhe os rendimentos da covardia dos ingênuos e medrosos, que não se furtam aos sacrifícios mais abomináveis para contar com as graças "divinas" e sentir-se protegidos contra o oponente do Criador e Arquiteto do Universo, Senhor do Céu e da Terra.
Se deus criou tudo e todos, criou também o diabo, com a intenção de engendrar o terror nos propensos à covardia. Ou seja, deus é uma ideia maldosa, nefasta, que propicia a exploração dos que acreditam em tal embuste.
Cogita-se que exista, mas toma-se a dúvida por certeza. Isto é a crença, que não se harmoniza com a razão.
Quanto mais desenvolvido, culturalmente, um povo, menor a aceitação da ideia dessas quimeras que chamam deus e diabo. O conhecimento e a capacidade de questionar com destemor libertam, livram os povos da submissão a espertalhões e fraudadores, verdadeiros estelionatários, que são os pregadores religiosos de todos as origens.
Deus e o diabo são o capital dos exploradores da credulidade pública, cujos ganhos são auferidos à medida que afirmam como certezas meras possibilidades de castigo.
Não se adora, não se crê senão naquilo que se teme, sustentou VOLTAIRE.
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