Borges refere um episódio em um debate entre educados cavalheiros, quando um deles atira um copo de vinho ao rosto de um seu interlocutor, o qual lhe responde de imediato: — Isto, Sr., é uma digressão, aguardo os seus argumentos.
Mas aqui entre nós, não sei de nada mais improdutivo ou de maior desperdício de inteligência e de energia criativa do que tantas discussões e debates sobre religiões1, ensino, educação, ou sobre política internacional que proliferam sem nenhum pejo, em fóruns e blogues de jornalistas e colunistas famosos e por toda a internet. Depois de algumas réplicas e tréplicas com afetada elegância intelectual, invariavelmente vem à tona o pior das características da infeliz e pequenina condição humana. Ninguém se entende, e a mediocridade e a mesquinharia são a tônica de agressões e de ameaças que em qualquer ambiente civilizado seriam inconcebíveis. Todos têm belas opiniões formadas, mas a análise de fatos e objetos reais é o que menos interessa a uns certos e obstinados debatedores… e as discussões sempre degeneram em competições de pequenos egos feridos, e de ódio e de fanatismo, e absolutamente nada é esclarecido e tudo permanece absolutamente como antes.
Exatamente desse fato bastante ignorado, ou esquecido pela maioria das pessoas, é que se aproveitam aqueles que realmente manipulam a prepotência e a ingenuidade, tanto do público que não percebe nuanças, quanto daqueles que se pretendem até como “formadores de opinião”. Esses incansáveis debatedores seguem persuadidos, ou imersos na ilusão de que compreendem as condições que discutem mas, em realidade, nem sequer alcançam a malícia de táticas como esta:
— Provoque o fato e discuta depois.
É de Shimon Peres essa frase cínica, referindo-se à criminosa invasão de judeus nos territórios palestinos sob ocupação militar. Essas pessoas sabem da ineficácia de longas e estéreis discussões sobre o que é o direito e o torto, ou sobre a justiça e a injustiça. E enquanto os debatedores se engolfam em debates sobre os direitos do “povo eleito”, ou sobre a verdade e a dignidade humana, lá vão aqueles “colonos” judeus a expulsar famílias de palestinos de suas casas e terras ancestrais.
E em Genebra, e nos fóruns de colunistas famosos, seguem os infindáveis debates, sob o cínico aplauso da judiaria internacional.
Até quando ? …
Aqueles que defendem, ou desculpam, a bestialidade judeo-israelita contra o povo palestino, ainda não entenderam o que essa gente anda fazendo?
De que mais precisam para se convencerem da perversidade da cabala judeo-sionista, não só na Palestina, mas aqui entre nós?
Quantas crises financeiras provocadas por essa gente ainda serão necessárias para que os seus crédulos defensores entendam o golpe que está sendo cometido contra eles próprios e contra as nossas sociedades e nações?
Não conseguem entender que a terrível campanha de extermínio contra o povo palestino é apenas a expressão local do caráter e da bestialidade dessas organizações secretas ou descaradas, infiltradas e instaladas entre os vários países do planeta?
Esses cidadãos tão bem intencionados, ainda não entenderam que os bombardeios do exército judeu contra as instalações civis da ONU, são o hediondo sinal da arrogância e da insolência judia contra a humanidade e contra as nações do mundo?
Ainda não entenderam que essa aberração moral e política chamada Israel, é apenas a testa-de-ferro, ou a face visível de criminosas organizações apátridas e entidades parasitas, incrustadas em nossos países e nações?
Observação:
1 Na realidade, o cristianismo é o nosso mundo. Tudo o que pensamos é fruto da Idade Média cristã, até a nossa ciência; em resumo, tudo o que se move dentro de nossos cérebros é, necessariamente, moldado por essa época histórica que vive, ainda, em nós, pela qual estamos definitivamente impregnados e que representará sempre, no mais distante futuro, uma camada da nossa constituição psíquica, nisso se assemelhando aos vestígios que o nosso corpo traz do seu desenvolvimento filogenético. A nossa mentalidade, a nossa concepção das coisas, nasceu na Idade Média cristã, quer se queira quer não. A época das luzes nada apagou. A marca do Cristianismo encontra-se, até, presente na maneira como o homem quer racionalizar o mundo. A visão cristã do universo é, assim, um dado psicológico que escapa às explicações intelectuais.
C.G.Jung
O homem à descoberta da sua alma, Brasília Editora, Porto, 1975, p. 411.
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