Conheça as armas do setor, que ainda apresenta boas oportunidades de negócios para os interessados
RENATO JAKITAS, ESTADÃO PME
Werther Santana/AE
Plano. Empresa deu certo rapidamente e Adriane (esq.) agora quer abrir franquias
A gaúcha Adriane Silveira gostava de cachorros, queria ser veterinária, mas fez carreira como dona de uma agência de recursos humanos para empresas de tecnologia. O tempo passou, Adriane começou a ganhar dinheiro, mas não parou de pensar nos bichos de estimação. Por isso, voltou para a universidade, fez o curso que sempre quis e montou uma espécie de agência de babás para cachorros na cidade de São Paulo, o Nanny Dog.
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Um ano após o início da operação, Adriane tem 25 clientes ativos, mas recusa com frequência as sondagens de interessados que moram fora de seu raio de ação, que vai da Avenida Paulista ao bairro da Lapa. Mesmo seletiva, a empresária coloca no bolso entre R$ 6 mil e R$ 8 mil por mês.
“Trabalho de domingo a domingo, umas 12 horas por dia pelos menos”, diz Adriane, que pensa em transformar sua ideia em franquia. “A procura é grande e quase não tenho concorrência. Tem gente que se oferece para sociedade, gente que deseja trabalhar comigo. Acho que a franquia é a saída para crescer sem perder a qualidade”, projeta.
O exemplo de Adriane é sintomático em um mercado que cresce dois dígitos ao ano e, em proporção idêntica, atrai grande número de empreendedores.
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Gente que, de olho em um faturamento estimado em R$ 13,6 bilhões para 2012 – segundo a Associação da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) –, costuma empreender quase sempre apostando na venda de ração, produtos de tratamento e acessórios.
Um erro crasso, afirmam especialistas do setor. Diante de tanto crescimento, e concorrentes, as melhores oportunidades do setor – como comprova Adriane – estão no segmento de serviços oferecidos aos animais de estimação por seus donos.
“Por décadas, o mercado brasileiro cresce quantitativamente, mas acumulando muitas lacunas”, observa o consultor de gestão, inovação e marketing para o setor pet, Sergio Lobato. “Existe um apagão de mão de obra especializada e uma demanda não atendida nas áreas dos serviços agregados”, diz.
Consumidor. Ligia Amorim, diretora-geral da NürnbergMesse Brasil, reforça a análise de Lobato. Ela organiza a feira Pet South America, que reunirá representantes do setor em outubro na cidade de São Paulo. Para Ligia, as oportunidades da área de serviços devem mesmo concentrar as atenções dos empresários nos próximos anos.
“As famílias ficaram menores, as pessoas moram sozinhas e o pet tem substituído o filho em alguns casos. Isso gera um novo modelo de mercado, que conta com empresas de atendimento odontológico, especialistas em obesidade, hotéis e até lugares para deixar o animal enquanto o dono está no trabalho”, afirma Ligia.
A bióloga Renata Caetano integra essa ala do mercado, segundo Ligia Amorim, atenta às mudanças do consumidor. Hoje com 29 anos, Renata era adestradora de cães. Instigada pela procura, passou a oferecer também o serviço de passeio com os animais. Há três anos, contudo, ela agregou mais uma função ao seu portfólio de especialidades, o cuidado e a recreação dos bichos durante o horário comercial. “Montei com meu irmão uma creche para cachorros”, resume.
A Dogtown fatura por mês cerca de R$ 30 mil e opera no limite da capacidade, com 70 cães fixos. Em geral, os animais passam dois dias por semana no local, que tem muitas semelhanças com o negócio tradicional.
Os animais são chamados de alunos, os cuidadores são professores e os donos dos pets, como autênticos pais, costumam deixar o animal pela manhã e vão buscá-los quando voltam do trabalho, no fim da tarde. “Os clientes pagam em média R$ 400 por mês e estamos procurando imóveis para montar uma segunda unidade”, afirma Renata.
Além da ‘educação’, oferecer tratamento estético para os bichinhos também pode garantir bom retorno financeiro para o empresário. Segundo levantamento realizado pela consultoria Gouvêa de Souza, uma em cada três pessoas que entram em um petshop busca por serviços de higiene e embelezamento para o animal de estimação.
Assim, o banho, a tosa e tudo aquilo que se pode agregar nesse momento incrementam em até 19% o faturamento do empreendimento. É o que ocorre com Daniela Motta, que mantém uma empresa que mescla comércio para pets, clínica veterinária, importação de peixes e creche canina, a Aqualife.
“Desde que montamos a área de banho e tosa e contratamos um profissional conhecido no setor, nosso resultado cresceu muito”, afirma a empreendedora, contente com o desempenho do negócio nos últimos tempos. “A venda de produtos é menos rentável, cerca de 3% de lucro. A área de beleza consegue ser bem mais interessante”, conclui a empreendedora.
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