Quem tem origem pobre é assim. Não está acostumado a escamotear, preferindo jogar de peito aberto com as adversidades, ao invés de ficar usando "panos quentes".
A maior lição que ele vem dando, é que o falso urbanismo, tão cultuado pelos hipócritas do Judiciário (advogados, membros do ministério público e da magistratura) é coisa para medrosos, que não possuem coragem para dizer o que pensam.
Assim como não teve papas na língua para escancarar à nação que o ex-ministro Peluso, então presidente do STF, manipulava julgamentos (fato altamente preocupante, mas sobre o qual a grande mídia pouco falou), agora, cutucado pelo Min. Marco Aurélio, que também é um tanto boquirroto, "mandou bala", isto é, jogou no ventilador o que muita gente fala, à socapa.
Marco Aurélio disse o que queria e ouviu o que não gostaria. Riscos que correm quem usa de franqueza.
Marco Aurélio disse o que queria e ouviu o que não gostaria. Riscos que correm quem usa de franqueza.
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Barbosa sugere que Marco Aurélio só é ministro por ser parente de Collor
Relator do processo do mensalão responde a integrante do STF que o havia criticado
CAROLINA BRÍGIDO
Ministros Joaquim Barbosa e Marco Aurélio Mello
AGÊNCIA O GLOBO / AILTON DE FREITAS
AGÊNCIA O GLOBO / AILTON DE FREITAS
BRASÍLIA - O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), respondeu nesta quinta-feira à crítica do ministro Marco Aurélio Mello de que ele não teria condições de ser presidente da Corte devido aos constantes bate-bocas protagonizado com os colegas. Barbosa insinuou que Marco Aurélio não tinha estudado o suficiente para chegar ao cargo, mas se valido do parentesco com o ex-presidente Fernando Collor, que o nomeou.
- Ao contrário de quem me ofende momentaneamente, devo toda a minha ascensão profissional a estudos aprofundados, à submissão múltipla a inúmeros e diversificados métodos de avaliação acadêmica e profissional. Jamais me vali ou tirei proveito de relações de natureza familiar - afirmou.
Barbosa também disse que Marco Aurélio costuma ser um problema para todos os presidentes do STF. E ressaltou que obedece às regras de convivência aprendidas não apenas nos livros, mas na vida.
- Um dos principais obstáculos a ser enfrentado por qualquer pessoa que ocupe a Presidência do Supremo Tribunal Federal tem por nome Marco Aurélio Mello. Para comprová-lo, basta que se consultem alguns dos ocupantes do cargo nos últimos 10 ou 12 anos. O apego ferrenho que tenho às regras de convivência democrática e de justiça me vem não apenas da cultura livresca, mas da experiência concreta da vida cotidiana, da observância empírica da enorme riqueza que o progresso e a modernidade trouxeram à sociedade em que vivemos, especialmente nos espaços verdadeiramente democráticos - disse.
O ministro ainda ressaltou que, quando ocupar a presidência do STF, a partir de novembro, não tomará decisões ilegais e “chocantes para a sociedade”, e tampouco fará intervenções inapropriadas, apenas para se exibir, afirmando que as atitudes eram típicas de seu desafeto.
- Caso venha a ter a honra de ser eleito presidente da mais alta Corte de Justiça do nosso país nos próximos meses, como está previsto nas normas regimentais, estou certo de que de mim não se terá a expectativa de decisões rocambolescas e chocantes para a coletividade, de devassas indevidas em setores administrativos, de tomadas de posição de claro e deliberado confronto para com os poderes constituídos, de intervenções manifestamente ‘gauche’, de puro exibicionismo, que parecem ser o forte do meu agressor do momento - declarou.
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2 comentários:
Ministro Joaquim Barbosa está se mostrando muito destemperado e prepotente. Ao meu ver, partir para ataques pessoais, mostra que min. Joaquim está perdendo equilíbrio, mostra o grau de passionalidade com que está agindo frente à AP 470.
Acho muito temerário um Ministro passional.
Agora, muito curiosa essa acusação do Barbosa. Quando ele foi indicado pelo Lula para ser Ministro, vários colunistas, como o Noblat e Merval, diziam que a razão principal da indicação dele é porque era negro, desconsiderando toda sua trajetória, qualidades e capacidade.
O mesmo se dá agora em relação ao Min. Marco Aurélio. Parente do Collor ou não, nesses anos têm mostrado que têm capacidade para estar no cargo, assim como o min. Barbosa.
O desejo justiceiro que tomou conta do Min. Joaquim o tem levado a cometer falhas, ao meu ver, imperdoáveis, e que colocam em risco a própria validade da AP 470, a qual, apesar de ser uma ação penal originária, está julgando pessoas que não são Ministros de Estado (Ramon Hollerbach, Marcos Valério, Cristiano de Mello Paz, Rogério Tolentino, entre outros, embora já condenados pelo STF, não preenchem os requisitos do art. 105, I, a, CF). Não foi também o Min. Joaquim Barbosa que conduziu as investigações da AP 470? É constitucional que o juiz que investiga seja o mesmo a julgar????
Não estou aqui defendendo nenhum destes empresários, ao que parece cometeram crimes diversos contra a administração pública. Acho sim que eles devem ser processados e julgados, com o devido processo legal e na instância competente, e ao final, espero que sejam condenados. Não sou a favor da impunidade, e assim como todos os brasileiros, quero uma política limpa, um Brasil menos corrupto.
Mas como cidadã, estou preocupada com a defesa da Constituição. Estou apavorada pois vejo que os Ministros do STF estão rasgando a Constituição, sob os aplausos da grande mídia corporativa e da população.
As pessoas estão vibrando fervorosamente a cada condenação, mesmo que não tenha seguido o devido processo legal. E mais, é motivo de júbilo ainda maior para o povo que o Min. Joaquim condene passando por cima da CF. As pessoas estão vibrando pois finalmente encontraram um "Jack Bauer" para proteger, a qualquer custo, a população dos políticos.
"Os políticos, essa raça de sem-vergonha, todos bandidos mesmo! Bom mesmo era se colocassem uma bomba no Congresso Nacional!" - Não é este o pensamento subjacente das pessoas? Uma demonização generalizada de toda e qualquer ação política ("manifestações e greves são coisas pra baderneiros desocupados"; "gente decente não se mete com política", etc, etc.) ?
Este julgamento, do modo como está sendo conduzido, vai abrir portas para muitas e muitas ilegalidades ainda maiores.
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