Defendendo, visível e notoriamente, os interesses da sua " santa madre", Ives Gandra, um jurista de notável conhecimento - e capacidade de argumentação -, conhecido como membro da Opus Dei e, presumo, interessado em fazer/manter a ICAR como sua cliente, vem em defesa da manutenção da referência a "Deus" no dinheiro brasileiro.
Eu não concordo com os argumentos dele, notadamente aquele que diz que os não religiosos confundem estado laico com estado ateu. Ele sabe que está a fazer uma ilação inverídica, porquanto os verdadeiros ateus almejam apenas, e tão somente, o estado neutro, ou seja, que não impeça a atividade religiosa (embora devesse discipliná-la, para evitar os abusos dos exploradores da mercância da fé), mas também não promova o apoio às mesmas, principalmente repassando dinheiro público, fruto de tributos cobrados de todos para restauração de bens particulares, mesmo que tombados, ou até para eventos religiosos.
Mas, e quando digo que concordo com a conclusão de que "Deus" - uma hipótese grotesca - deve ser mantido no dinheiro, estarei sendo incoerente?
Explico, como á o fiz em outra matéria deste blog: "Deus" e dinheiro sempre tiveram uma afinidade absoluta. O primeiro, uma idéia de homens mal intencionados, foi criado para possibilitar o acúmulo do segundo . Um não sobrevive sem o outro. São irmãos, ligados pelo umbigo, mais ou menos como droga e dinheiro. Não é só em português que as palavras para referi-los começam com a mesma letra. Em inglês também. God e Gold (ouro). Se quiserem, podem acrescentar que demência também começa com "d", mas aqui refiro-me ao estado de espírito das pessoas humildes, desprovidas de senso crítico, que acreditam por indução e não aos espertalhões que, tendo formação intelectual refinada, fingem que acreditam, por mera conveniência e não por uma deficiência mental. Na área jurídica está cheio de gente que finge crer para se tornar simpático a um ou a outro credo. Mesmo quando possuem reconhecida capacidade técnica, não são dotados de coragem suficiente para externar suas verdadeiras convicções. Prostituem-se, imitando a Igreja, a qual faz qualquer coisa pelo vil metal.
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