O defensor público de Baixo Guandu (ES) Vladmir Polízio Júnior foi preso em flagrante sob acusação de tentar extorquir o prefeito do município, Lastênio Cardoso (PSDB), em R$ 50 mil. Ele foi detido logo após sair do carro do chefe do Executivo com a quantia de R$ 10 mil. Após pagar fiança, Júnior foi liberado.
Segundo Cardoso, o defensor público costumava ajuizar várias ações civis públicas contra ele, definidas pelo chefe do Executivo como "sem sentido". Cardoso disse ainda que o suspeito também teria um programa em uma rádio local, com o qual o atacava constantemente. "Ele queria semear dificuldade para colher facilidade", disse o prefeito.
"Semana passada, ele me procurou e propôs retirar as ações movidas contra mim e parar de me atacar, fazer as pazes. Fiquei satisfeito, claro. Foi aí que ele pediu o valor de R$ 50 mil para fazer isso. Disse para ele: ‘vou pensar e te falo’. Só que eu fui direto ao Ministério Público Estadual (MPES) e denunciei o caso ao promotor. Foi o MPES que armou o flagrante", contou o prefeito.
O encontro entre Cardoso e Polízio aconteceu dentro do carro do prefeito. "Falei para ele que não poderia pagar R$ 50 mil de uma só vez. Disse que pagaria R$ 10 mil toda semana, porque a situação estava difícil. Ele aceitou", disse o chefe do Executivo. Ao deixar o carro, o defensor público foi detido por policiais militares, que já o aguardavam.
Segundo a delegada plantonista Danielle Peres, Polízio foi autuado em flagrante por concussão — que é exigir dinheiro em razão da função exercida —, cuja pena pode chegar a oito anos de reclusão. Ela afirmou ainda que a Justiça arbitrou fiança, que foi quitada, e o defensor público foi liberado em seguida. Ele vai responder ao processo em liberdade. Vladmir Polízio foi procurado pela reportagem, mas as ligações não foram atendidas.
Revista Consultor Jurídico, 2 de dezembro de 2012
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