O padre italiano que provocou um escândalo ao prender na porta da sua igreja um manifesto no qual convocava as mulheres a refletir sobre a possibilidade de que seu modo de se vestir provoque os criminosos desmentiu hoje que vá deixar o sacerdócio, em declarações a meios de comunicação do país.
Piero Corsi assegurou que a carta enviada à mídia italiana na qual pedia perdão pelas palavras e dizia que iria deixar o sacerdócio é falsa.
O sacerdote teria pedido demissão de seu cargo, em nota que dizia que se sentia indigno e apresentava suas desculpas "mais sinceras não apenas a todas as mulheres ofendidas por meu texto, mas também a todos aqueles que se sentem ofendidos por minhas palavras".
Luca Zennaro/Efe
O padre italiano Piero Corsi, que gerou polêmica ao acusar mulheres de provocar abuso sexual
O porta-voz do bispo da Província de La Spezia, na qual fica a paróquia do clérigo, explicou que "não vai pendurar a batina mas tirará alguns dias de férias do stress que sofreu".
Corsi havia colocado na porta da igreja paroquial no dia de Natal um manifesto no qual podia-se ler: "Quantas vezes vemos meninas e senhoras maduras caminhar na rua com vestidos provocantes e apertados! Quantas traições se consumam nos lugares de trabalho, nas academias e nos cinemas! Poderiam ser evitados, já que desatam os piores instintos e depois se chega à violência ou ao abuso sexual!".
A nota dizia ainda que "uma imprensa fanática e desviada" coloca a culpa de tudo no homem.
Este texto causou indignação na paróquia e em toda a Itália, onde estima-se que o número de assassinatos de mulheres por homens foi especialmente elevado em 2012.
Associações de mulheres pediram a intervenção tanto da Igreja Católica quanto das instituições políticas italianas.
Fonte: FOLHA DE SP
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