Verão em Jurerê Internacional é sinônimo de balada, barulho e insegurança
Chegada da estação traz festas noturnas, perturbação e aumento de furtos e roubos
Colombo de Souza
FLORIANÓPOLIS
O empreendimento imobiliário Jurerê internacional, no Norte da Ilha, em Florianópolis, que já chegou a ser considerado a “Ibiza do Sul”, onde empresários bem-sucedidos e jogadores famosos de futebol compravam mansões para descansar e ficar longe do agito, está se transformando num balneário de baladeiros.
O resultado é o fim da tranquilidade dos moradores e visitantes, poluição sonora, desacato, perturbação da ordem pública, furtos e aumento no consumo de droga. Além disso, as casas começam a ser alvo de quadrilhas que mantêm famílias reféns em assaltos ousados. A última ocorrência foi na tarde de domingo passado, dia 16, quando quatro homens invadiram a casa de Eduardo Roberto, 66 anos.
Casas de alto padrão, com capacidade para mais de 25 pessoas e diária de R$ 3,5 mil são alugadas para turistas na alta temporada, e depois transformadas em “boate itinerante”. Jovens tatuados alugam mansões para promover festas fechadas a peso de ouro.
Abertas ao público seleto, o passaporte das festas chega a custar até R$ 1 mil. Ferraris conversíveis e outros importados estacionados em frente às casas são apenas uma amostra do luxo e da luxúria que ocorre nos embalos noturnos.
No entanto, a média do preço para participar das baladas em casas alugadas, cujo som alto infernizava vida dos vizinhos, é de R$ 300 para o público masculino. Mulher não paga.
Conforme o delegado Ilson José da Silva, 62, titular da 7ª DP, os assaltos em Jurerê Internacional não são freqüentes como em outros locais, acontecem esporadicamente, mas acabam potencializados pela popularidade do balneário.
Janine Turco/ND
Casa para grandes grupos são alugadas e sediam baladas
Festas se intensificam a partir do Natal
O diretor de comunicação da Ajin (Associação de Proprietário e de Moradores de Jurerê Internacional), Aluízio Dobes, 70 anos, diz que estes embalos começam a acontecer com mais frequência depois do Natal, a partir de 29 de dezembro, e se estendem por toda a temporada. “Tem festa em que o ingresso, improvisado de porta copos de papelão com carimbo ou outra marca, é comprado em outro local”, comentou Aluízio.
Além da perturbação de sossego, Jurerê Internacional está sendo alvo de ladrões que abrem carros para levar o que interessa. “Isto abre campo, também, para a prática de outros arrombamentos e pequenos furtos em casas de moradores e de turistas que passam férias com a família”, queixou-se o consultor jurídico Hamilton Cândido, 55 anos.
Apesar de ter segurança própria, sistema de videomonitoramento na rua e nas mansões, Jurerê Internacional não é mais aquele condomínio chique e sossegado dos anos 80 onde moradores e turistas deixavam as janelas abertas e seguiam para a praia. Atualmente, a arquitetura do empreendimento está sendo modificada por causa da presença de ladrões.
Vidros no lugar das cercas vivas
Semana passada, o vizinho da casa de frente de Cândido foi assaltado por uma quadrilha. Cinco adultos e bebê de meses ficaram reféns dos bandidos armados durante 40 minutos.
Os ladrões roubaram dinheiro, equipamentos eletroeletrônicos, joias e fugiram em dois carros da família. O assalto à casa do aposentado Eduardo Roberto, 66 anos, repercutiu por se tratar de um local divulgado em publicidade como um dos mais seguros em Florianópolis.
Publicado em 23/12-09:48 por: Bruno Volpato.
Atualizado em 24/12-07:48
Fonte: NOTICIAS DO DIA
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