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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Uma canoa bordada, adaptada e outros problemas

(Guto Kuerten/Agência RBS)


A bela foto, que está no Diário Catarinense, merece ser reproduzida.


Nela se pode vislumbrar a presença de um motor de centro e de um leme, que originalmente não constavam daquele tipo de embarcação, cuja propulsão se dava a remos de voga (ou à vela de pano) e a direção era conseguida com "encontros" de um remo de pá.
Os primeiros motores adaptados eram a gasolina, Depois vieram os motores a diesel, combustível  mais barato. 
Tais embarcações, em breve, terão desaparecido, junto com todo os demais elementos da cultura pesqueira local, tudo abafado pela indústria do turismo, que também se incumbe de promover grande quantidade de despejos prejudiciais às qualidades das nossas águas, diante da inércia irresponsável das autoridades públicas, que não investem o suficiente em saneamento. Nossos mares, rios e lagoas serão transformados, lamentavelmente, em verdadeiras cloacas, com afastamento inevitável dos turistas, que correrão para a prática do turismo rural. Nossas praias ficarão às moscas, virando cidades fantasmas. 

Previsão pessimista?

Aguardem. 

Já estamos chegando lá. As praias estão a atrair maus elementos, que assaltam turistas, traficam tóxicos e causam toda sorte de constrangimento aos nativos e adventícios.
Somando-se o problema da violência ao da poluição, como poderão os núcleos urbanos instalados junto às praias resistirem?

Poderíamos começar a reverter a situação adversa impedindo a circulação de embarcações motorizadas na Lagoa da Conceição, por exemplo, permitindo a circulação de embarcações a remos e a vela, tão somente. Paralelamente, forçando a ligação de residências e estabelecimentos comerciais/de serviço à rede coletora de esgotos, onde a mesma já estiver implantada, sob pena de multa pesada e interdição das edificações, acelerando a implantação de estações de tratamento de esgotos onde ainda se fizerem necessárias. para tanto, é preciso confiar a direção da CASAN a técnicos e não a políticos oportunistas e ladrões, como historicamente vem ocorrendo.
Residências e até os restaurantes da Costa da Lagoa e da própria Lagoa precisam ser criteriosamente fiscalizados, pois muitos, dizem os que os conhecem, lançam dejetos não tratados àquela bela Conceição. 
Um absurdo inadmissível, facilitado pela ausência de atuação efetiva da Vigilância Sanitária, do Ministério Público, da Polícia Ambiental, da Floram, da Fatma e de todos os demais cabides de empregos criados sob o argumento de defender o meio-ambiente.
O povo também pode ter um papel relevante na fiscalização dos abusos praticados contra a natureza, denunciando os predadores aos jornais, ou à mídia alternativa, como este  e outros blogs,  porque, só assim, as autoridades públicas saem da sua costumeira inércia.
Coragem, minha gente. Vamos defender o nosso "torrão natal" das mazelas que estão na nossa cara.

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