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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Chanceler de Israel esquece papel do Brasil na criação do país


Em nova demonstração de sintonia com o governo dos EUA, Dilma mudou o tom sobre as ações militares de Israel no espaço de uma semana


RIO — O chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, nascido Ivet durante o verão de 1958, na antiga Moldávia comunista, é daqueles personagens que parecem não ter futuro na política. Passa a impressão de que já o gastou todo.

Ele é a figura central, mas não a única, na crise diplomática aberta com o Brasil por causa da nova ofensiva sobre Gaza.

Em nova demonstração de sintonia com o governo dos EUA na política externa, o governo Dilma Rousseff mudou o tom sobre as ações militares de Israel no espaço de uma semana. Quinta-feira passada, em nota, criticou “igualmente” os bombardeios dos dois lados da fronteira. Ontem, condenou “o uso desproporcional da força, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças”, situando o caos na Palestina na categoria de crise humanitária.

O chanceler Lieberman, que controla uma dissidência do partido governista (Likud) com uma dúzia de cadeiras no Parlamento, viu na manifestação brasileira uma oportunidade para marcar posição de líder da direita em pleno esforço para derrubar o governo do premier Benjamin Netanyahu — com quem rompeu publicamente uma semana antes.

Autorizou e seu porta-voz, Yigal Palmor, não economizou fôlego, ontem, ao desqualificar o Brasil:

— Essa é uma infeliz demonstração de por que o Brasil, um gigante econômico e cultural, se mantém um anão diplomático — disse Palmor a jornalistas, acrescentando: — O relativismo moral por trás desta medida transforma o Brasil num parceiro diplomático irrelevante, que cria problemas em vez de contribuir para soluções.

O ataque, obviamente, merece resposta brasileira, calibrada para ajudar a ampliar o isolamento externo de Lieberman e seu partido, o Yisrael Beitenu, cujos votos têm origem na aliá (imigração) russa pós-Guerra Fria.

O chanceler israelense voltou, dessa forma, a confirmar a “lei” de Laurence J. Peter, escritor canadense, segundo a qual todo incompetente com nada para fazer pode mesmo assim produzir um estrago.

Alguém no Itamaraty poderia aproveitar a oportunidade para enviar a Lieberman um exemplar da ata da II Assembleia Geral da ONU, de 1947. Ela contém o registro da votação do Plano para a Partição da Palestina, que resultou na criação do Estado de Israel.

Em 1978, quando Lieberman deixou a Moldávia e chegou a Tel Aviv, havia três décadas que judeus e sionistas celebravam, agradecidos, a decisão brasileira de confrontar os interesses dos governos árabes em defesa da “Eretz Yisrael” (terra de Israel). Oswaldo Aranha foi quem presidiu essa decisiva assembleia da ONU. Sem o Brasil, Lieberman provavelmente jamais teria tido a chance de mudar o nome de Ivet para Avigdor.



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