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domingo, 20 de julho de 2014

Jihadistas matam 270 pessoas num depósito de gás na Síria

A maior parte das vítimas foi executada pelos homens do Exército Islâmico que avança sobre as regiões estratégicas.A maioria das vítimas foi executada com tiros na cabeça REUTERS


Os jihadistas do Exército Islâmico estão a avançar na região estratégica de Homs e, este sábado, durante a tomada de um depósito de gás, mataram 270 pessoas, tendo a maior parte delas sido executada com tiros na cabeça.

"O Estado Islâmico cometeu um crime de guerra inimaginável", disse à AFP o presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Abdel Rahmane. Este observatório regista o número de mortos na Síria desde o início da guerra no país, há três anos, a partir de dados fornecidos por equipas médicas no terreno.

"Mais de 270 pessoas foram mortas no depósito de gás de Chaen. A maior parte delas foi executada depois de ter sido feita prisioneira", promenorizou Rahmane. A maior parte das vítimas eram seguranças, havendo entre eles voluntários do Exército que protegiam a instalação. Onze dos mortos eram trabalhadores. Muitos, apurou ainda o observatório, eram alauítas de Homs, o ramo xiita a que pertence o Presidente Bashar al-Assad.

O depósito situa-se no campo de Chaer, na região desértica de Homs onde estão os poços de petróleo e as jazidas de gás natural da Síria. Toda a zona é um alvo do Exército Islâmico, o antigo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS, sunita) que controla um vasto território no Iraque e na Síria onde declarou um califado regido por uma interpretação ultra-radical dos fundamentos do islão. Na Síria combatem os grupos que há três anos tentam derrubar Assad e também o Presidente. O grupo já controla os poços de petróleo na província oriental de Deir Ezzor.

Neste sábado, o Governo sírio anunciou que as suas tropas tinham realizado um contra-ataque em Chaer e recuperado algumas zonas que estavam nas mãos dos jihadistas — na operação morreram 11 soldados e 40 islamistas; há feridos, mas o seu número não foi revelado. Damasco fez saber que os combates na zona ainda decorriam.

"Esta foi a operação mais mortífera do Estado Islâmico", considerou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que tem denunciado as "atrocidades" do grupo sunita jihadista — cruxificações e execuções são as mais repetidas, mas também lapidações. 

Em 24 horas, duas mulheres que o Estado Islâmico acusou de adultério foram lapidadas pelos combatentes na província de Raqa, no Norte da Síria. A primeira execução por lapidação foi em Tabqa, na quinta-feira, e foi morta uma viúva de 26 anos. A segunda foi na sexta-feira. Uma testemunha em Raqa citada pela AFP diz que a população está "aterrorizada", mas não ousa reagir às decisões dos jihadistas.

Fonte: http://www.publico.pt/

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