Apesar de o tratamento salvar muitas vidas, pesquisa sugere que este caminho nem sempre é o melhor
REDAÇÃO ÉPOCA
Decidir qual o melhor tratamento para uma doença é uma tarefa difícil. Com um diagnóstico de câncer terminal, é ainda mais complicado: alguns defendem que a luta deve ir só até certo ponto, sem ultrapassar limites. Segundo estudo publicado no periódico científico JAMA Oncology, a quimioterapia pode ser ineficaz em alguns casos de câncer terminal.
Os pesquisadores avaliaram um grupo de 312 pacientes terminais, que não tinham mais de seis meses de vida. Para metade deles, pelo menos uma – ou múltiplas – etapa da quimioterapia não teve resultado: os tumores continuaram se espalhando para outras partes do corpo. Além disso, a diminuição de tumores foi de 0% a 2%, o que não é uma grande mudança neste caso.
Nesses casos, a pesquisa sugere que não há evidências de que a quimioterapia seja a escolha certa para o tratamento. Holly Prigerson, diretor do Centro de Pesquisas na Universidade de Cornell, percebeu uma queda na qualidade de vida desses pacientes quando realizavam a quimioterapia em comparação aos que optavam por não fazê-la. Além disso, o tratamento prejudicava as atividades diárias, fazendo com que eles se sentissem pior. Em outras palavras, não ofereceu nenhuma mudança ou benefício significante para a saúde.
A decisão de continuar ou não os tratamentos depende de cada paciente, mas o pesquisador espera que os resultados ajudem a informar sobre as escolhas de quem tem câncer terminal. Muitos pacientes acreditam que as etapas da quimioterapia podem fazer com que se sintam melhor, o que está sendo colocado em xeque. “A constatação de que a qualidade de vida foi prejudicada com a quimioterapia não foi surpreendente em si. Mas o que surpreendeu foi que as pessoas que estavam se sentindo melhor no início da terapia terminaram se sentindo bem pior”, disse à TIME. A quimioterapia fez os pacientes se sentirem pior sem trazer benefícios significantes para a saúde deles.
A quimioterapia diminuiu a capacidade de alguns pacientes terminais de praticar atividades do cotidiano (Foto: Thinkstock)
Nenhum comentário:
Postar um comentário