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quarta-feira, 29 de julho de 2015

ICAR INSTIGA DOAÇÕES PARA SI PRÓPRIA, EM DETRIMENTO DE PARTIDOS POLÍTICOS


Cidadãos do "primeiro mundo" preferem que os seus impostos sejam dados à Igreja do que a partidos políticos

A Igreja Católica não é a única opção religiosa feita livremente, apesar de que a maioria dos italianos a preferem 


Roma, 29 de Julho de 2015 (ZENIT.org) Jorge Henrique Mújica | 

Deveria acontecer em qualquer democracia que afirme ser tal, mas, para efeitos reais só acontece em alguns países do mundo: os cidadãos decidem livremente que uma parte dos seus impostos seja destinada para o financiamento de sua própria religião e o Estado canaliza essas contribuições para a religião que o cidadão deseja. Não se trata, portanto, de que o Estado financia a Igreja, como às vezes se escuta, mas, simplesmente que seja facilitado que uma parcela do dinheiro dos cidadãos seja destinada aonde os próprios cidadãos livremente desejem.

Um país onde isso acontece é a Itália. Dados de 2015 (relacionados à declaração de impostos de 2014) do Departamento de Finanças do Ministério de Economia revelam que nesse país o 37% dos contribuintes escolhe concretamente pela Igreja católica como beneficiária de recursos. Apenas um 2% dos contribuintes decidem financiar partidos políticos.

Traduzido em números esse 37% é igual a mais de 18.929.945 contribuintes de um total de 41.320.548 e a mais de 1 bilhão de euros (1,245 para ser mais exatos). A Igreja Católica não é a única opção religiosa feita livremente, apesar de que a maioria dos italianos a preferem (a Igreja Evangélica Valdense tem um 1,46% equivalente a 40,2 milhões de euros; a União das Comunidades Judaicas italianas tem um 0,21% equivalente a 5,8 milhões de euros; a Igreja Evangélica Luterana tem um equivalente de 0,15% que são 4,1 milhões de euros; a Assembleia de Deus na Itália tem um 0,12% equivalente a 1,5 milhões de euros).

O 2% dos contribuintes que financiam partidos políticos representam apenas 16,518 pessoas de um total de 40.989.567. Isso significa que 325 mil euros aos partidos políticos, dentre os quais os mais eleitos são o PD (eleito por 10,157 pessoas, o que representa 199 099 euros), a Liga do Norte (escolhido por 1,839 pessoas, o que representa 28.140 €) e uma série de outros partidos eleitos minoritariamente.

E o que faz a Igreja Católica com esse dinheiro? Literalmente milagres: mantém seus templos e casas, sustenta o clero, ajuda os países em desenvolvimento e, acima de tudo, promove e mantém milhares de iniciativas sociais (escolas, clínicas, hospitais, orfanatos, refeitórios sociais, etc.) em favor dos mais pobres. Todos estes "milagres" têm nomes e rostos. Portanto, no interesse da máxima transparência, a Igreja Católica reflete todo esse trabalho colocando os testemunhos de alguns dos que beneficiam da sua ação espiritual, humana e pastoral por meios do "Basta perguntar-lhes" ("Chiedilo a loro”: http: //www.chiediloaloro.it/). Um site análogo de transparência é o que tem a Igreja Católica da Espanha (veja http://www.portantos.es/xtantos2015/).

Quando a questão dos subsídios para a Igreja Católica emerge em alguns países com marcadas características anti-cristãs (por exemplo, México e França, para citar apenas alguns exemplos), os campeões do laicismo levantam a voz, muitas vezes de palanques políticos de esquerda. Argumenta-se que o Estado não pode financiar a Igreja esquecendo que não se trata de que o faça o Estado: trata-se simplesmente de que o Estado facilite que os seus cidadãos decidam onde querem destinar os seus impostos. Curiosamente não se coloca em dúvida os subsídios milionários que – sem consultar os contribuintes – recebem os grupos políticos. Seria interessante promover iniciativas neste sentido. Então, talvez, os partidos políticos valorizariam mais o dinheiro de seus cidadãos.

(Publicado em http://actualidadyanalisis.blogspot.com.br/ e traduzido por ZENIT)
(29 de Julho de 2015) © Innovative Media Inc

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