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segunda-feira, 9 de março de 2020

GEORGE ORWELL e os "porcos" traidores das massas ingênuas



Em 1945, quando acabava a Segunda Grande Guerra e o homem, perplexo, se via diante do desencanto e da necessidade de estabelecer novos padrões para a humanidade, George Orwell lança A revolução dos bichos.

O livro conta a história de uma fazenda na qual os animais, insatisfeitos com o tratamento que recebem dos humanos, resolvem rebelar-se, liderados pelos porcos. Os animais conseguem expulsar os homens. Inicialmente, os líderes revolucionários trazem ideias de igualdade e liberdade, os quais deveriam reger a vida dos animais. Entretanto, com o tempo, os porcos passam a defender que “alguns são mais iguais que os outros”.

Naquela fábula moderna, mesmo entre os suínos e outros bichos, há traições. Aos poucos, os porcos, líderes do movimento revolucionário, passam a agir exatamente como os humanos - seria pura a coincidência a semelhança dos corações? - tratando os demais animais de forma despótica e contrariando exatamente aquilo que, antes, juraram defender. Tal e qual como a elite faz quando usa a pobreza (as “massas”) para dar um golpe, descartando-a dos postos de influência, tão logo pode.

A relação dos porcos com outros humanos de fora da fazenda é feita pelo seu advogado, sr. Whymper, numa ostensiva ironia com os limites éticos da profissão. 
 
Afinal, os advogados também podem funcionar como agentes da tirania. Aos poucos, no regime do governo suíno, passa a não haver liberdade nem democracia. Ao fim da obra, então, os porcos se mudam para a casa dos homens, o que fora proibido no início da revolução, e passam a andar com dois pés, exatamente como os humanos.

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