Pela primeira vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admite a hipótese de um encontro com Nicolas Maduro e sinaliza arrependimento pelo apoio a Juan Guaidó. Trump disse que no momento em que decidiu apoiar Guaidó não era "necessariamente a favor" da medida
22 de junho de 2020, 05:09 h Atualizado em 22 de junho de 2020, 06:41
Donald Trump e Nicolás Maduro (Foto: Reuters)
Sputnik – O presidente estadunidense, Donald Trump, disse que poderia encontrar o chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, e menosprezou sua decisão de apoiar o oposicionista Juan Guaidó.
As declarações foram feitas em entrevista para o site de notícias Axios na sexta-feira (19), mas publicadas somente neste domingo (21).
Sobre um encontro com Maduro, o republicano afirmou que "talvez pense sobre isso" e que nunca se opõe a reuniões.
"Eu talvez pense sobre isso. Maduro gostaria de se encontrar. E eu nunca me oponho a reuniões", afirmou o líder norte-americano.
O governo dos EUA reconhece o parlamentar oposicionista Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela desde janeiro de 2019, e mantém uma forte campanha para que Maduro deixe o poder. O presidente venezuelano, por sua vez, acusa a Casa Branca de tentar patrocinar um golpe de Estado para derrubá-lo.
'Você perde muito pouco com reuniões'
Apesar de ter demonstrado abertura para uma reunião, Trump disse que declinou de possíveis encontros com Maduro. "Eu sempre digo, você perde muito pouco com reuniões. Mas, neste momento, eu as recusei", afirmou.
Além disso, Trump demonstrou ter pouca confiança em Guaidó. Ao ser questionado se ele se arrependia de ter apoiado o parlamentar, o presidente afirmou: "Não particularmente". Em seguida, continuou: "Eu poderia ter vivido com ou sem isso, mas eu era firmemente contra o que estava ocorrendo na Venezuela".
Trump disse ainda que no momento em que decidiu apoiar Guaidó não era "necessariamente a favor" da medida.
"Eu acho que não era necessariamente a favor, mas eu disse, algumas pessoas gostaram, outras pessoas não. Por mim me parecia bem. Eu não acho que foi muito significativo de uma maneira ou de outra", disse Trump.
Livro de Bolton confirma impressão
As declarações do presidente estadunidense se encaixam com trechos divulgados para a imprensa do livro "The Room Where It Happened: A White House Memoir" ("A Sala Onde Aconteceu: Uma Memória da Casa Branca", em tradução livre), de John Bolton, ex-assessor de segurança nacional da Casa Branca.
Segundo Bolton, logo após os EUA reconhecerem Guaidó como presidente interino, Trump manifestou preocupação com a decisão, pois o parlamentar pareceria "fraco" perto de um "forte" Maduro.
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