Assis disse que médico
tem de cuidar da vida
O cardeal Raymundo Damasceno Assis (foto), presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), criticou a resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) segundo a qual os médicos têm de respeitar a decisão do doente terminal de recusar o chamado "tratamento fútil", que, na prática, prolonga o sofrimento.
Para Assis, trata-se de uma decisão equivocada porque “um médico preocupado em terminar com uma vida humana, em que fase for, está como que negando sua própria profissão, que é cuidar da vida”.
Pela resolução, os médicos terão de acatar a vontade do doente terminal de não querer postergar a sua morte com tratamento inócuo, mesmo que essa não seja a decisão da família dele. Para que a sua decisão ser respeitada quando estiver inconsciente, em coma, por exemplo, o doente terá de registrá-la em cartório.
Roberto d’Ávila, presidente do CFM, disse que a resolução foi editada para que quem esteja em situação terminal possa ter morte natural, “sem intervenção tecnológica inútil e fútil, que pode acalmar a família, mas não está fazendo a vontade do paciente”.
A resolução é polêmica porque dela discordam não só religiosos, mas também médicos, além eventualmente da família de pacientes.
O articulista Hélio Schwartsman, da Folha de S.Paulo, escreveu que o “bonito dessa resolução é que, ao não impor crenças externas a ninguém, maximiza a liberdade de todos”.
Para ele, todas as considerações metafísicas sobre a vida devem ser deixadas de lada, de modo que cada pessoa possa dispor dela como desejar.
Argumentou que, de princípio, o médico tem de preservar a vida do paciente, “mas o mundo é um lugar bem mais complexo e nuançado do que sugerem nossos esquemas mentais”.
Com informação da Folha de S.Paulo.
Leia mais em http://www.paulopes.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário