Cães e gatos com doenças sérias e de difícil cura foram sacrificados para evitar contaminação
Cerca de 300 animais vivem no Canil de ItajaíFoto: Lucas Correia / Agencia RBS
A 10ª Promotoria de Justiça instaurou um inquérito para investigar o que levou o Canil Municipal de Itajaí a sacrificar 53 cães e 19 gatos nas últimas semanas. O motivo alegado é a contaminação dos animais com doenças incuráveis e de fácil transmissão, o que colocava em risco o restante do canil. O local abriga mais de 300 animais, a maioria recolhida das ruas de Itajaí.
– A eutanásia só foi feita porque os animais estavam muito doentes, sem condições de recuperação e contaminando os saudáveis. Foi por causa desses animais que foi feito esse trabalho, para que possamos mantê-los vivos – diz Denilson Vargas da Silva, veterinário do Núcleo de Controle de Zoonoses de Itajaí.
Entre os animais sacrificados, 33 eram filhotes. Os cães foram vítimas de cinomose, uma doença infecciosa que, no estágio mais grave, atinge o sistema neurológico e leva à morte. Já os gatos sofriam de leucemia felina, doença relativamente rara que ocorre em locais onde há intensa convivência entre animais.
Os problemas são de difícil tratamento e têm elevado índice de proliferação, mas podem ser evitados com vacinas. Entre as duas doenças, a cinomose é a mais comum.
Segundo Silva, todos os dias são recolhidos cães infectados nas ruas de Itajaí. De acordo com a secretaria Municipal de Saúde, foram 22 nas últimas semanas.
O veterinário diz que ao perceber a grande quantidade de animais com sintomas de cinomose, separou os saudáveis dos doentes com chances de recuperação e dos que estavam em fase terminal. De acordo com ele, só sofreram eutanásia os cães e gatos que já estavam com a doença em grau avançado. Os espaços onde eles viviam também foi desinfectado, para evitar novas contaminações.
Prevenção
Embora a incidência de cinomose chame a atenção, Silva afirma que é normal o aumento no número de casos quando chega a primavera e as temperaturas sobem.
– A cinomose, em especial, é muito fácil prevenir. Deixar o animal se contaminar é uma irresponsabilidade, os donos deveriam vacinar e, se está doente, procurar métodos de tratar ou aliviar a dor. Em muitos casos, só se percebe tarde demais.
Médico veterinário, Marco Antônio da Costa Marques explica que o esquema de vacinação contra a cinomose inclui de três a quatro doses, a partir das seis semanas de vida do filhote. Ele alerta que é importante estar atento à imunização, porque vacinas de qualidade baixa não costumam dar proteção adequada.
– Existem kits no mercado para diagnosticar essas doenças, e vale a pena confirmar se há contaminação – avalia.
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