Animais na hierarquia intermediária tiveram hormônio de estresse elevado.
Conflitos sociais são uma das principais origens do problema, diz estudo.
Do G1, em São Paulo
Macaco fêmea em reserva na Grã-Bretanha
(Foto: Divulgação/Trentham Monkey Reserve)
Pesquisadores da Universidade de Manchester e da Universidade de Liverpool, ambas no Reino Unido, analisaram macacos para um estudo publicado nesta terça-feira (2) e chegaram à conclusão de que os que vivem na hierarquia intermediária, isto é, não são nem líderes nem párias, são os que sofrem os maiores níveis de estresse do grupo.
O estudo, publicado no periódico "General and Comparative Endocrinology", indica que uma das origens do estresse dos animais são os conflitos sociais em que vivem. Os resultados podem valer também para o comportamento humano, na opinião dos cientistas.
Eles ponderam que a pesquisa pode ajudar a entender outras análises, que apontam que pessoas na hierarquia intermediária de empresas (subchefes, por exemplo) sofrem as maiores quantidades de estresse no trabalho.
"É possível aplicar as descobertas a outras espécies sociais, inclusive à humana. Pessoas trabalhando em cargos de gerência, na hierarquia do 'meio', podem ter níveis de hormônios de estresse elevados em comparação com seus chefes ou com os empregados que ele coordena", afirma Katie Edwards, pesquisadora do Instituto de Biologia Integrada da Universidade de Liverpool, segundo nota divulgada nesta terça.
Conflitos abaixo e acima
Macacos na hierarquia intermediária "estão envolvidos tanto em conflitos com os abaixo como com os que estão acima dele no grupo. Já os que estão na base hierárquica se distanciam de confrontos", pondera a pesquisadora Susanne Shultz.
Os macacos da hierarquia intermediária, diz Susanne, são mais propensos a desafiar, e a serem desafiados, por aqueles em degraus mais altos do grupo. Eles são os que tiveram os maiores níveis de hormônio de estresse, segundo a cientista.
A fêmea de uma espécie de macaco foi monitorada por Katie por quase 600 horas, em uma reserva de proteção dos animais. Ela registrou os comportamentos do animal ao longo dos dias, inclusive os que denotavam conflitos, como tapas, ameaças, perseguições e gritos. Também foram registradas ações que indicavam carinho, como abraços.
A análise das fezes da fêmea apontaram que, em dias que se sucediam ao comportamento de conflito, os hormônios de estresse estavam nos níveis mais altos registrados. Já as ações que indicavam carinho aparentemente não tinham vínculo com a queda dos hormônios, segundo a pesquisadora.
Fonte: G1
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